
Bruxelas, 21 fev (EFE).- O Governo regional da Valônia, no sul da Bélgica, anunciou nesta segunda-feira que está investigando se as armas que a empresa belga FN-Herstal vendeu à Líbia nos últimos anos foram utilizadas para reprimir os protestos no país africano que causaram mais de 200 mortes, segundo organizações humanitárias.
O presidente da Valônia, Rudy Demotte, pediu ao embaixador da Bélgica em Trípoli informações para “medir o risco do uso” dessas armas contra os manifestantes que nos últimos dias saíram às ruas da Líbia.
A região concedeu em 2009 à empresa Liège FN-Herstal várias licenças de exportação para vender à Líbia fuzis, pistolas e granadas no valor de 12,2 milhões de euros.
O destino desse armamento não era a Polícia líbia, mas um batalhão do Exército encarregado de vigiar o corredor humanitário para Darfur, explicou o Governo valão.
No entanto, segundo a Liga de Direitos do Homem, as Forças de segurança líbias utilizaram o armamento para a repressão dos protestos dos últimos dias.
O gabinete do presidente da Valônia declarou que atuou com grande prudência no caso da Líbia e que toda decisão de concessão de licenças de exportação de armas respeitaram as normas europeias, conhecidas por serem as mais rígidas do mundo.
Além disso, afirmou que se confirmarem a violação do “certificado de uso final”, o Governo valão vai denunciar a situação perante a União Europeia.
Vários partidos políticos liberais belgas pediram nesta sexta-feira ao Governo valão que investigue e explique o que ocorreu com as armas vendidas.
Por sua parte, o sindicato socialista Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB) denunciou a “hipocrisia” que existe entre alguns políticos belgas.
*Com informações do EFE