
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) protesta contra a detenção e a truculência das autoridades policiais russas contra o jornalista brasileiro freelancer Solly Boussidan, colaborador do jornal O Estado de S.Paulo, na última sexta-feira, (28/01/2011), na cidade de Sochi.
Boussidan, que se encontrava em trânsito na Rússia rumo à Armênia, foi surpreendido em Moscou pelo atentado terrorista ao aeroporto de Domededovo, na semana passada, no qual morreram 35 pessoas. Em virtude disso, enviou um relato sobre a cobertura televisiva da tragédia ao portal Terra. Dois dias depois, a polícia o deteve em seu hotel e o interrogou por 12 horas. O repórter foi mantido 36 horas sem alimentação e sob pressão para assinar documentos em russo sem tradução e para abrir mão da proteção consular brasileira. Depois de interrogado, Boussidan foi levado a um juiz, que determinou sua prisão por dez dias antes da deportação, além de uma multa de dois mil rublos (cerca de US$ 65), sendo encaminhado a um centro de detenção para estrangeiros na cidade de Adler, perto da fronteira com a Geórgia.
A ANJ salienta que Boussidan estava na Rússia com visto de turista porque não tinha por objetivo exercer a profissão naquele país. Só fez o relato do atentado, como qualquer jornalista o faria num país democrático e no qual vigore a liberdade de expressão, devido à natureza do fato relatado, sendo infundada e abusiva a acusação de se encontrava em situação ilegal no país fazendo reportagens sem o credenciamento necessário.
Diante do ocorrido, a ANJ expressa seu protesto às autoridades russas pela truculência do tratamento aplicado ao jornalista e insiste junto ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil para que lhe seja proporcionada toda a assistência jurídica necessária.
*Com informações do Comitê de Liberdade de Expressão