
E foi o que se viu: cenas de histeria, desespero, fugas e espalhafatosas subidas em cadeiras e mesas…
Ninguém sabe de onde ele surgiu. O sofisticado e luxuoso Shopping Iguatemi, de São Paulo, declara que possui “rotina rigorosa de limpeza de suas instalações, que atende e supera todas as determinações”.
Mas ele tomou forma, ameaçadoramente, para algumas — ou muitas indefesas mulheres. E foi o que se viu: cenas de histeria, desespero, fugas e espalhafatosas subidas em cadeiras e mesas da “Praça de Alimentação” do tal shopping.
Algumas, desesperadas, gritavam loucamente:
— Ai meu Deus! Ai meu Deus!
Muitos, seguindo a mania dominante, filmaram a cena com os seus celulares; outros e outras, vivendo mais a realidade remota e virtual que a real, aproveitaram para telefonar a familiares e amigos distantes do cenário vivido, a comentar o ocorrido. Não interagiam nem trocavam palavras com quem estava ao seu lado, vivendo o suposto drama.
E qual era mesmo o desesperador acontecimento?
Um prosaico rato, desses que se encontram aos milhões nas urbes brasileiras, ousara invadir o asséptico espaço daquele templo de consumo da burguesia paulistana. E as cenas de desespero se sucederam.
Verdade é que os homens agiram com moderação, lembrando talvez de um atávico passado guerreiro. Mas as mulheres… Ah as mulheres…
Na vida asséptica, rica, dos condomínios fechados, carros blindados de vidros escuros, de apartheid social daquelas pessoas talvez seja inadmissível um rato ou algo que lhes pareça estranho, sujo, pobre…
Para alivio de todas os homens de preto lhes defenderam da ameaça que vinha das ruas — o mísero rato — pois os indefectíveis seguranças o esmagaram impiedosamente, afastando o perigo.
Qual era mesmo o perigo?
http://mais.uol.com.br/view/tv1al1qu05z1/ratazana-na-praa-de-alimentao-do-iguatemi-04029A3264D8990327?types=A&.