
Há uma máxima que diz: “na guerra, a primeira vítima é a verdade”, como também pode ser: “na guerra, a principal vítima é a verdade”. Daí que o tema do aborto, isto é, o crime do assassinato de crianças ainda no ventre da mãe, se tornou central no momento da retomada da campanha eleitoral — segundo turno — e é tema de afirmativas e negativas eleitoreiras.
Este assunto já tinha provocado uma baixa: a reserva moral da nação, Marina Silva, em má companhia no PV, tinha admitido a realização de plebiscito sobre o aborto.
Ora, consultar o povo se pode ou não matar… Marina cabocla você me decepcionou.
Sobre o escorregão oportunista da candidata verde o pastor televisivo Silas Malafaia deu o troco imediatamente: retirou o apoio recém-anunciado à vacilante religiosa, a classificando de algo tipo “falsa cristã”.
E agora vem a candidata oficial do Partido da Morte (PT) dizer que é contra o aborto… Alguém aí acredita? Vejam só o que fez tal partido: a direção nacional do PT condenou em 17 de setembro de 2009 os deputados Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC) por se manifestarem publicamente contra a descriminalização da interrupção da gravidez e por liderar movimentos e manifestos contra o aborto no país.
Para o diretório nacional do PT, os deputados tiveram “atitudes desrespeitosas e ofensivas à ética partidária em relação a militantes e parlamentares petistas que defendem a descriminalização do aborto, nos termos da resolução aprovada no 3º Congresso” do Partido.
Penas: suspensão por três meses, a contar da data do julgamento, das atividades partidárias e a proibição de participar, pelo período de dois anos consecutivos como representantes do partido, como membro titular ou suplente, da Comissão de Seguridade Social Saúde e Família da Câmara dos Deputados.
O processo disciplinar movido pela Secretaria Nacional de Mulheres do partido durou 10 meses. Máxima tolerância do PT apenas para com a pluralidade do bando de mensaleiros, aloprados e usuários de cuecas borradas de dólares.
Os dois deputados saíram do PT. Henrique Afonso foi reeleito pelo Acre e Bassuma foi quarto colocado nas eleições para governador da Bahia.
Agora no segundo turno eleitoral, o PT já pensa em tirar do programa a descriminalização do aborto. O que provocou o seguinte comentário de uma cronista política: “se o PT pode retirar o tema do aborto do programa aprovado pelo partido porque atrapalha a campanha eleitoral, com a mesma facilidade pode repor o assunto na agenda quando achar que não há mais obstáculos”.
O candidato José Serra prometeu explorar bastante o assunto no segundo turno, pois, segundo ele, a discussão sobre o aborto na campanha eleitoral não se trata apenas de “ser contra ou a favor”, mas de “dizer a verdade”.
A guerra santa começou.