A equipe do Jornal Grande Bahia esteve ontem (10/09/2010) em Salvador, onde realizou entrevista com o candidato peemedebista ao governo do Estado, Geddel Vieira Lima. O encontro aconteceu no núcleo de gravação do PMDB. O clima local deixava transparecer certo ar de tensão.
O candidato ao longo de toda a entrevista falou sobre temas diversos como defecção partidárias, o atual modelo político-eleitoral entre outros assuntos polêmicos. O que nos chamou a atenção é que ele deixava transparecer em seu semblante um aspecto de certa apreensão, talvez em função do cansaço que uma campanha política desse porte provoca, associado com o seu fraco desempenho que o classifica em terceiro lugar desde quando foram iniciadas as pesquisas de intenção de votos.
JGB – Por que o povo da Bahia deve votar em Geddel a governador da Bahia?
Geddel – Eu me apresento como uma alternativa de projeto que significa solução para essas crises como a segurança Pública; a saúde fazendo com que ela possa apresentar um melhor resultado para o cidadão; a educação tornando-a uma prioridade real através da realização de investimentos em creche-escolas; despertar a noção de que a Bahia precisa de outro rumo voltado para o turismo , na sua infraestrutura de portos e aeroportos.
O povo da Bahia chegou até a mim porque eu ainda não tive a chance de realiza como o governador Paulo Souto e o atual. Tenho a firme convicção de que estou pronto e preparado, sendo eleito irei trazer para perto da gente as mulheres mais competente e os homens mais qualificados, sem nenhuma arrogância possa afirmar que estou preparado para fazer o melhor governo da Bahia.
JGB – Quando o PMDB deixou o governo Wagner, naquele momento, ele detinha baixos índices de aprovação. De acordo com o que as pesquisas pontuam a realidade atual é bem diferente. O que aconteceu neste período?
Geddel – Primeiro, ele não detinha baixos índices de aprovação, o que aconteceu é que desde as eleições municipal o governador e o PT passaram a tratar o PMDB de forma equivocada a exemplo do que aconteceu com a prefeitura de Salvador, onde eles preferiram lançar um candidato, mesmo participando do governo, para concorrer com o PMDB, além de terem adotado uma série de outras medidas de ordem político-administrativas. Tudo isso contribuiu para que as bases peemedebistas através dos encontros regionais manifestassem o desejo de ter uma candidatura que apresentasse uma alternativa neste setor. Agora é esperar a eleição, quanto ao que aponta as pesquisas, se elas ganhassem eleições o governador da Bahia seria Paulo Souto e prefeito Antônio Imbassahy. Vou aguardar as urnas se manifestarem.
JGB – Como tem sido as suas viagens ao interior da Bahia, o senhor que acredita neste tipo de contato?
Geddel – Eu não quero desqualificar pesquisas nem números, eu quero lhe dizer é que nas ruas o sentimento que tenho sentido e que tenho tido nas andanças é diferente dos resultados apontados pelas pesquisas. Onde eu ando as pessoas olham as nossas propostas com olhar de esperança, a certeza de que é possível fazer mais pela Bahia aproveitando essa parceria com o governo federal que foi feita nos últimos tempos. Continuo muito otimista, entendo as dificuldades de toda eleição, mas prefiro aguardar os seus resultados.
JGB – Tem veiculado na impresa notícias de tensionamento entre o senhor e o prefeito de Salvador, João Henrique, o que existe de concreto a esse respeito?
Geddel – O que há de concreto eu já respondi. As pessoas me perguntam, João Henrique não tem participado da sua eleição. Eu sou um político que costumo falar a verdade é claro que eu não posso negar o óbvio, a nossa relação politico-administrativa construída em 2008, não é a mesma. O prefeito optou por reduzir a influência administrativa que o PMDB tinha em sua administração.
JGB – Procede então a notícia do seu afastamento em relação a João Henrique?
Geddel – Depende o que vocês chamam de afastamento. Afastamento pessoal eu não tenho nenhum, exceto com Antônio Carlos que já não está mais entre nós. O prefeito João Henrique foi quem optou por se afastar da estrutura que lhe deu sustentação na eleição dele em 2008.
JGB – Especula-se que o prefeito João Henrique vai deixar o partido, a notícia procede?
Geddel – Ele nunca me falou sobre essa possibilidade.
JGB – Em Feira de Santana, a deputada Maria Luiza (PSC), esposa de João Henrique, tem feito alianças com candidatos que não são da coligação. Na condição de um dos dirigentes do PMDB em nível nacional, como o senhor avalia este tipo de comportamento?
Geddel – Maria Luiza é do PSC e não do PMDB, a pergunta deve ser dirigida à direção desse partido. Com relação ao PMDB, nós faremos cumprir o que determina o estatuto partidário, o filiado que não seguir a decisão do partido sofrerá as suas penalidades.
JGB – Após as eleições serão revistas pelo PMDB todos esses posicionamentos?
Geddel – Já estamos revendo.
JGB – O senhor teve um papel preponderante junto ao governo do presidente Lula, principalmente na questão dos investimentos no Ministério da Integração Nacional, inclusive em várias inserções de seu programa eleitoral o candidato mostra que o presidente o parabeniza. Também é um dos coordenadores de campanha de Dilma Rousseff . Qual o papel que o senhor deslumbra no próximo governo caso seja eleita Dilma, presidente?
Geddel – O papel de governador da Bahia, mantendo com Dilma uma relação administrativa saudável que possa fazer muito investimento em nosso estado.
JGB – O senhor não aventa outra hipótese?
Geddel – A única hipótese de ganhar a eleição no dia 3 de outubro, ou mais provavelmente no dia 12. Estou trabalhando para que haja o segundo turno.
JGB – Como o candidato avalia a questão de financiamento de campanha?
Geddel – Acho que precisa ser revista, precisa ter revisão clara de financiamento de campanha , de estrutura e fidelidade partidária. O modelo político no Brasil considero falido, o próprio roteiro dessa eleição demonstra isso. Ela está sendo realizada sem mobilização, sem movimento, sem calor. Mostra que essa estrutura político-partidária envolvida em financiamento de campanha, acesso à televisão, e programas faliu. O Congresso Nacional terá que ter a responsabilidade de referendar o processo político eleitoral brasileiro, para que os políticos eleitos não percam legitimidade.
JGB – Estes problemas já existem algum tempo, por que o Congresso, do qual o senhor faz parte, não foi capaz de rever toda essa situação?
Geddel – Falta de coragem, imaturidade e até mesmo de capacidade de entender o momento histórico. Este processo de mudança é lento e chega um momento de exaustão e rompimento e é aí que os homens públicos serão conduzidos pelo que pensa as ruas. Eu acho que as ruas não estão aceitando mais esse modelo que aí está.
JGB – O senhor acredita que após essas eleições vai haver reforma partidária?
Geddel – O meu sentimento é de que não dá mais para se manter este modelo. Temos que caminhar com eleições casadas, fortalecimento dos partidos para que o principio da fidelidade partidária possa ser praticado de forma efetiva. Entendo que só dessa maneira você dará nitidez ideológica e de propostas aos partidos. Caso contrário, continua essa bagunça que está existindo, onde cada candidato durante o processo eleitoral procura aquilo que lhe seja , em tese, mais conveniente do ponto de vista pessoal o que faz com que o eleitor termine perdendo o encanto e desejo de acompanhar ideias.
JGB – O que lhe tem dado prazer em se lançar candidato a governador e o que tem lhe decepcionado?
Geddel – Prazer, andar pela Bahia, conhecer e abraçar os homens e as mulheres de meu estado, conhecer cada vez mais a terra em que nasci. Prazer me dá tudo ao que se refere a política, essa é a minha vocação. Não tenho o direito de me decepcionar mais com a natureza humana, o homem é isso nas suas complexidades, qualidades, virtudes e nas suas fraquezas. Eu não tenho direito de ter amargura ou decepção, até porque faz mal ao fígado (risos).
JGB – Estamos nos aproximando do momento em que os eleitores irão às urnas. Qual a mensagem que o candidato gostaria de deixar para eles?
Geddel – De fé na Bahia, futuro e de crensa que estado pode muito e sobretudo a mensagem de com humildade pedir o apoio e o voto de vocês. Tenham a absoluta certeza de que eleito governador vou faze o melhor governo que essa terra já viu.
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB).
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