
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse hoje (09/04/2010) que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deve evitar fazer manifestações públicas e limitar-se a expor suas opiniões nos autos processuais. A crítica foi uma reação de Garcia a Gilmar Mendes que criticou o comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-ministra, Dilma Rousseff, em relação as eleições de outubro.
“O presidente do Supremo Tribunal Federal deveria, talvez, falar mais nos autos e menos nos microfones”, disse Garcia, depois do almoço oferecido ao presidente do Chile, Sebastián Piñera, no Itamaraty. “Um presidente da Corte Suprema deve falar mais nos autos. Esta é a boa tradição jurídica brasileira. Não é se preservar, é preservar o Supremo”.
Recentemente Gilmar Mendes condenou Lula porque o presidente estaria fazendo campanha para Dilma Rousseff antes do prazo previsto pela legislação eleitoral. E a ex-ministra teria extrapolado ao assumir posições de pré-candidata, quando ainda estava no governo.
Garcia negou hoje que Lula teria desafiado o Judiciário ao afirmar que os políticos não devam ficar subordinados à Justiça Eleitoral a cada eleição.
“Ele [Lula] disse que tem que fazer uma reforma política no país. Qualquer pessoa que olhe para a fragilidade das instituições brasileiras acha isso, sabe que tem que fazer uma reforma política. Vocês acham que o sistema eleitoral brasileiro está bom?”, perguntou Garcia, dirigindo-se aos jornalistas. “Ou vocês acham que a tardança da Justiça está bem? Não é um problema da Justiça brasileira. É um problema do desenho institucional do país que tem que ser corrigido”.