
Após três dias de debates, o Fórum Social Mundial Temático da Bahia recebeu avaliações positivas do próprio comitê organizador e de movimentos sociais que participaram do encontro. Eles admitem, entretanto, que a ausência de chefes de Estado latino-americanos e africanos – além do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva – tirou um pouco do brilho do evento.
“Não pudemos contar com a participação de líderes latino-americanos e africanos e isso se justifica pelo curto prazo que houve para se articular a presença deles. Evidentemente, a ausência do nosso presidente constrangeu outros que eventualmente poderiam decidir vir de última hora. Não tendo o presidente anfitrião, fica mais delicado outros virem”, avaliou um dos fundadores do Fórum Social Mundial, Kjeld Jakobsen, que coordenou o encontro em Salvador.
Mas, para ele, o conteúdo e o nível de participação nos debates merecem elogios – mesmo considerando o curto prazo para organização. As primeiras discussões, segundo Jakobsen, começaram apenas em setembro do ano passado e os nomes dos integrantes das mesas foram definidos em dezembro e janeiro.
Entre os destaques, o coordenador citou a mesa Diálogos e Controvérsias, que seria coordenada por Lula, mas acabou conduzida pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Jakobsen destacou que é importante que, além da Carta de Salvador, seja feita uma avaliação capaz de indicar pontos positivos e negativos do evento. “Isso para que, se tudo der certo, quando a Bahia receber o Fórum Social Mundial em 2013, não cometamos os mesmos erros.”
A representante da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Lúcia Stumpf, também fez uma avaliação positiva sobre o fórum, com destaque para o grande envolvimento dos participantes e não apenas dos palestrantes. Esse, na opinião dela, foi um diferencial inclusive em relação ao Fórum Social 10 Anos, realizado em Porto Alegre na semana passada.
“Aqui em Salvador, foram os atores sociais os protagonistas do fórum, mais do que ONGs ou outras entidades.”