
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi convidado nesta segunda-feira (25/01/2010) pelo presidente Lula a participar das discussões do segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vai de 2011 a 2015, para definir as prioridades da capital paulista e assim encontrar alternativas definitivas para os problemas das enchentes, saúde, transporte e segurança. Segundo Lula, se nada for feito, todo ano vai ter enchente em São Paulo.
O convite foi feito durante cerimônia de comemoração ao 456º aniversário de São Paulo, realizada no centro da capital paulista. Lula agradeceu a Kassab por ser lembrado para receber a Medalha 25 de Janeiro, porque São Paulo teve grande importância em sua vida, e afirmou ser muito grato à cidade.
Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente Lula no evento:
O presidente lembrou do tempo em que morava em bairros pobres como a Vila Carioca e o Parque Bristol e das muitas enchentes que dificultavam a vida de todos. Ainda assim, afirmou, só tem a agradecer à cidade, porque foi nela que aprendeu boa parte do que sabe. Digirindo-se ao governador José Serra, também presente à cerimônia, Lula afirmou:
É bem possível que nem todo paulista conheça o Brasil, mas eu acho difícil que tenha um brasileiro que não conheça São Paulo.
Em seu discurso, Lula afirmou que entende a homenagem recebida como um reconhecimento pelos novos tempos que o País vive. Um tempo, afirmou, de união entre governos federal, estaduais e municipais “em prol daquele que é a razão de existir dos governos e dos governantes: o povo deste país”.
Esta medalha simboliza o sucesso de uma parceria que está acima dos interesses políticos imediatos. Ela é mais uma prova de que não há aliados ou adversários quando o que está em jogo é a melhoria da qualidade de vida das pessoas, é o futuro de uma cidade, de um estado, de um país.
Aproveitou ainda para homenagear os imigrantes, que ajudaram a construir São Paulo — pessoas que vieram de outras regiões do Brasil e de outros países, com poucos ou nenhum recurso, e muita vontade de trabalhar. Trouxeram também, afirmou o presidente, sotaques, manifestações culturais e “diferentes modos de enxergar o mundo”. Com isso, enriqueceram São Paulo.
A verdade é que os imigrantes aprenderam a amar esta cidade. Talvez por se reconhecerem um pouco nas fachadas de espelho dos edifícios modernos que ajudaram a erguer, nas indústrias que ajudaram a construir, nos comércios que ajudaram a abrir.
Mas creio que eles amam esta cidade, sobretudo, porque São Paulo os recebeu com os braços abertos, e se esforçou para dar a eles as oportunidades que buscavam.
Eu sou, como vocês sabem, apenas um desses imigrantes que chegaram um dia a São Paulo e que aqui tiveram a oportunidade de construir uma vida digna e um futuro melhor.
Aqui, encontrei muitos de meus amigos e companheiros. Aqui, ampliei meus horizontes. E sempre levarei comigo grandes recordações do período em que morei aqui.
É por tudo isso que hoje – mais de cinqüenta anos depois de ter pisado pela primeira vez nas ruas da cidade – que ainda amo esta metrópole e seu povo com o entusiasmo de quem acaba de conhecê-los.
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