
O juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Anthony Kennedy, é “conhecido por ser um dos maiores defensores dos valores da Primeira Emenda”, noticia o New York Times. Contudo, depois de falar com estudantes secundários da Dalton School, em Nova York, o escritório de Kennedy disse que o jornal da escola, o “The Daltonian”, não poderia publicar uma matéria sobre o evento sem sua aprovação.
No número seguinte, o jornal informou que não pôde noticiar a visita de Kennedy devido a “inúmeras limitações” e prometeu uma explicação na próxima edição. O escritório do juiz recebeu um rascunho do artigo e o devolveu com “algumas pequenas alterações”, disse uma porta-voz da Corte ao Times. As citações foram “ajustadas”, segundo a porta-voz, para assegurar que fossem precisas e claras.
O Times oferece mais detalhes do incidente, mas é extremamente cauteloso, e diz que o caso Kennedy é “uma lição sobre independência jornalística”. Outros foram mais diretos ao relatar o que realmente aconteceu: “uma lição totalmente incorreta para os jornalistas da escola”, uma lição sobre “como não se ensinar jornalismo”.
O editorial do Baltimore Sun diz que “teria sido melhor cometer um erro menor – e depois ter escrito uma carta ao editor para corrigí-lo – que ter jogado fora séculos de tradição em liberdade de imprensa no país. Em relação aos diretores da escola, que responsabilizaram os estudantes pela reportagem, o Sun conclui: “se essas são as lições que o jornal de Dalton tenta transmitir, a escola provavelmente estaria melhor sem essa publicação”.
*Com informações do Centro Knight