
O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA) dará início em setembro a uma campanha que tem como lema “É hora de construir um mundo melhor: Serviços Públicos de Qualidade para Todos” lançada em conjunto com a Federação Internacional de Serviços Públicos (ISP), a qual somos filiados. É uma reafirmação do compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O trabalho em limpeza urbana, para nós, deve se dar no mais alto nível possível e voltado para a defesa da saúde pública, meio ambiente e melhor qualidade de vida para todos e, sendo assim, com a devida valorização do trabalhador do setor.
A campanha visa fazer com que o Estado cumpra com sua obrigação social e efetivamente realize os serviços essenciais que devem ser públicos e para todos, além de proteger os trabalhadores e a população mais carente.
Em resumo, queremos que o Estado tenha um papel efetivo como provedor de serviços essenciais como limpeza urbana, saúde, segurança, educação, justiça, saneamento, água, transporte e energia. Serviços públicos de qualidade têm um caráter estratégico na redução da pobreza, no resgate da auto-estima dos cidadãos e do papel do Estado.
Para nós esta campanha tem um caráter especial, pois sai das reivindicações corporativistas e salariais. Ela tem uma visão mais geral e divulga que a construção de um mundo melhor passa pelo acesso universal a serviços públicos de qualidade com controle social.
Outro aspecto que defendemos é o fim da precarização e da terceirização nos serviços públicos. Sabemos que isso causou a discriminação dos terceirizados, o não desenvolvimento profissional e o comprometimento da qualidade dos serviços prestados à população. É só ver nossa luta recente contra os atrasos salariais para entender isso.
Em relação ao funcionalismo público reivindicamos o direito à negociação coletiva no setor. Serviços de qualidade têm como ponto de partida a democratização das relações de trabalho com a participação da sociedade civil no processo.
Finalizamos afirmando que se ao longo das últimas décadas o nosso mundo tem passado por inúmeras mudanças, a recente crise financeira mundial demonstrou que a experiência do neoliberalismo dos últimos 30 anos fracassou.
Antes da crise, a teoria do estado mínimo e a tese de que o mercado tudo regularia eram amplamente aceitas pelo mundo. Hoje se constata que o Estado deve ter um papel mais importante e os trabalhadores precisam e devem se organizar para que os interesses da maioria da população sejam priorizados e isso passa por serviços públicos de qualidade, pois eles são essenciais para superação da crise e para a inclusão social.
*Por Luiz Carlos Suíca – Coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA – e-mail suica_97@hotmail.com.