O governo cubano anunciou formalmente nesta segunda-feira que não vai se tornar um membro da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em um comunicado publicado no jornal Granma, do Partido Comunista, o governo agradece os esforços de países latino-americanos e caribenhos por defenderem o direito de Cuba de retornar à OEA, mas diz que a organização apoia a hostilidade de Washington contra a ilha e que prefere manter sua independência.
O governo de Cuba foi suspenso da OEA em 1962, em plena Guerra Fria, sob o argumento de que seguia princípios incompatíveis com os da oganização. Na quarta-feira passada, em reunião em Honduras, a OEA revogou a suspensão de Cuba.
Inicialmente, os Estados Unidos só aceitavam revogar a suspensão caso Cuba se comprometesse a respeitar os direitos humanos e a democracia. No entanto, na reunião da semana passada, os americanos acabaram apoiando um voto de compromisso levantando a suspensão.
“Que a participação de Cuba na OEA seja resultado de um diálogo realizado a pedido do governo de Cuba e em conformidade com a prática e os princípios” da entidade, diz a resolução.
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Segundo o correspondente da BBC em Havana, Michael Voss, houve melhora no relacionamento entre Cuba e os Estados Unidos com os novos governos de Raúl Castro e Barack Obama.
Em março, Obama levantou restrições a viagens de cubanos americanos para a ilha e também pôs fim aos limites para envio de dinheiro.
Raúl Castro recentemente concordou em retomar conversações com as autoridades americanas sobre a imigração de cubanos para os Estados Unidos e em ampliar as negociações para envolver também medidas antidrogas e de resposta a desastres naturais.
No entanto, segundo o correspondente da BBC, os avanços ainda são lentos, e os Estados Unidos ainda condicionam o fim do embargo comercial contra Cuba a reformas democráticas na ilha.
*Com informações da BBCBrasil
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