
Ministro afirma que políticas do FMI e Banco Mundial e estruturas de alguns órgãos da ONU estão defasadas para a realidade do século 21; Amorim discursou na Assembleia Geral durante Conferência Mundial sobre Crise Econômica e Financeira, nesta sexta-feira.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse na sede da ONU que o mundo está confiante sobre a realização de uma reforma abrangente das instituições financeiras internacionais.
Falando em inglês, na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira, Amorim afirmou que a reforma do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, além de outros órgãos da ONU, já poderia ocorrer no próximo ano ou até, no máximo, janeiro de 2011.
Tribuna
Celso Amorim foi o primeiro a discursar no último dia da Conferência Mundial sobre as Crises Econômica e Financeira e seu Impacto sobre o Desenvolvimento.
Nesta entrevista exclusiva à Rádio ONU antes de assumir a tribuna, o ministro afirmou que o FMI precisa regular melhor as políticas dos países desenvolvidos.
“As instituições financeiras internacionais não só as financeiras, mas no caso aqui as financeiras e econômicas estão defasadas na sua governança e também na sua capacidade de regulação sobretudo no que tange aos países desenvolvidos. Elas foram criadas para garantir que as políticas monetárias e cambiais destes países fossem conducentes ao comércio e ao desenvolvimento.
Regras Globais
Mas na realidade, o FMI virou polícia de país pobre e agora talvez seja o caso de o FMI e outros órgãos poderem vigiar também o que os próprios países ricos fazem. A autovigilância deles é importante. Nós temos visto que têm havido progressos na parte de regulação doméstica, mas é muito importante também que haja regras globais”, disse.
Em seu discurso nesta sexta-feira na Assembleia Geral, o ministro Celso Amorim defendeu mais recursos para que as instituições financeiras internacionais possam socorrer os países pobres.
Segundo ele, a Conferência sobre a Crise Econômica é uma oportunidade histórica de mudança.
*Com informações da Rádio ONU em Nova York