Ações estimulam alunos para criação de grêmios estudantis

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) já começou a capacitar gestores e representantes dos estudantes para implementação e fortalecimento dos grêmios estudantis nas unidades escolares. Oficinas estão sendo oferecidas para orientá-los acerca das bases legais para constituição do grêmio e o passo a passo para torná-lo realidade. Esta é mais uma ação no sentido de ampliar os canais de participação e de diálogo na escola, fortalecendo um dos eixos norteadores da educação baiana, que é a gestão descentralizada, em rede e com efetividade social.

A largada no processo de capacitação foi dada esta semana, com oficinas para gestores e representantes estudantis de 135 escolas da capital. Órgão de representação máxima da organização coletiva dos estudantes nas escolas, o grêmio é o espaço onde as reivindicações, ideias e os anseios dos estudantes são expostos de maneira organizada e representativa. Ele é uma entidade com autonomia e representa os estudantes dentro e fora da unidade escolar. Cabe ao grêmio acompanhar as atividades pedagógicas da escola e propor e articular ações com eixo no projeto pedagógico.

Representante dos alunos no colegiado escolar do Colégio Estadual Luís Viana Filho, o estudante Williams Lopes Santos, 18 anos, considera que ter o grêmio e o colegiado fortalecidos muda a educação. “Há professores que se sentem donos das escolas. Só que a escola sem aluno não é nada. Aos poucos está sendo instaurada a cultura do diálogo, o que tem possibilitado a resolução dos conflitos da forma mais adequada”, avalia Williams.

O papel de representante dos estudantes no colegiado faz com que Williams conte com o respeito dos colegas. E, é justamente por isso, que ele diz se sentir à vontade para pedir que os estudantes não fiquem fora da sala de aula no momento das aulas e até mesmo conte com a opinião deles para interferir e opinar sobre o destino que deve ser dado às verbas repassadas à unidade. “Houve uma época que a escola estava indecisa se usava um recurso para comemorar o aniversário da unidade ou realizar melhorias na infraestrutura. Levei a questão para os estudantes e, juntos, decidimos que era melhor investir o dinheiro em pequenos reparos”, contou, orgulhoso.

Mudanças

É com o mesmo entusiasmo que o presidente do grêmio do Colégio Estadual Célia Mata Pires, Micael Jackson Pereira Cardoso, fala das transformações que um grêmio pode promover em uma unidade escolar. “Desenvolvemos oficinas na escola, temos uma comunidade no Orkut onde disponibilizamos o conteúdo das disciplinas, indicação de livros de literaturas e links para sites que disponibilizam as obras. Agora queremos criar um jornal na escola”, conta o estudante, que vê o grêmio como uma ponte de comunicação entre a gestão escolar e o alunado.

Segundo ele, desde que foi criado o grêmio no colégio, há um ano, os estudantes passaram a perceber e se interessar mais pelo funcionamento da unidade. “Aconteceram mudanças de comportamento significativas. Muitos que não acreditavam no grêmio hoje estão acreditando. Se todas as escolas tiverem grêmios e colegiados atuantes, a educação só tem a ganhar com isso”, avalia.

Proposta

A proposta da SEC é que a organização estudantil represente um espaço onde o jovem pode compreender e exercitar o conviver de maneira organizada, possibilitando-o atuar numa sociedade democrática. A participação nos grêmios permite ao estudante refletir e refletir-se na busca das transformações que conduzem à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Para isso, é necessário que se instaure um processo que envolva toda a comunidade estudantil, uma vez que o Grêmio se configura como veículo de formação para a cidadania e espaço para o desenvolvimento social, a Unidade escolar incentiva a sua formação e atuação, considerando-o um parceiro do projeto educacional da Unidade escolar. É exatamente assim que a diretora da Escola Técnica Estadual Luiz Navarro de Britto, Dione Araújo dos Santos, refere-se a como a educação é democrática, com o grêmio sendo a voz dos estudantes dentro da escola.

“Em uma gestão democrática e participativa é importante que os alunos tenham voz e sejam ouvidos”, contou a diretora que, há um ano e meio, tenta implantar o grêmio na unidade. Agora, com o aumento do número de alunos do ensino médio na escola, ela diz que o processo ganhou mais fôlego. “Os alunos estão mais estimulados. Trouxe dois alunos para participar da oficina e espero que eles adquiram uma melhor consciência da importância deles dentro da escola”, pontuou a diretora.

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