
De acordo com o jornal, os ativistas pedem investigações sobre supostos abusos no chamado processo Kimberley, o sistema de certificação estabelecido pelas Nações Unidas em 2000 para combater o comércio de diamantes de áreas de conflitos, que alimentam guerras civis na África.
Segundo o Financial Times, esta é a primeira vez que o processo Kimberley, formado por organizações governamentais e não-governamentais e representantes da indústria, tem de lidar com um problema de um país não-africano e com questões relacionadas a fraude e não a conflitos.
A organização não-governamental PAC, baseada no Canadá, avalia que metade da produção brasileira de diamantes tem origens suspeitas e que um em cada dois certificados Kimberley no Brasil é provavelmente falso.
Para a organização, as falhas de controle no sistema de certificação no Brasil dão margem à legitimação do comércio de diamantes produzidos ilegalmente em outros países.
Segundo o FT, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Energia responsável pela certificação, rejeitou inicialmente as acusações feitas pela PAC, mas posteriormente uma investigação policial resultou na prisão de dez pessoas, incluindo um alto funcionário do departamento.
Um porta-voz do DNPM disse ao jornal que uma investigação interna foi estabelecida e deve resultar provavelmente numa revisão do sistema de certificação. O Brasil responde por 0,2% da produção mundial de diamantes.