Itabuna é um município brasileiro no interior e sul do estado da Bahia. Possui uma área total de 432,244 km² e está localizada a cerca de 426 quilômetros da capital da Bahia, estando em torno de 333 quilômetros de distância dessa cidade via ferryboat. É a sexta cidade mais populosa da Bahia, e dentre as cidades do interior do nordeste brasileiro, a cidade ocupa o décimo primeiro lugar. Sua população foi estimada em 214 123 habitantes, conforme dados do IBGE de 2021.
A cidade de Itabuna, em conjunto com o município vizinho de Ilhéus, forma uma aglomeração urbana classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística como uma capital regional B, exercendo influência em mais de 40 municípios que, juntos, apresentam pouco mais de um milhão de habitantes.[8] Itabuna está situada na Região Geográfica Imediata de Ilhéus-Itabuna, dentro da Região Geográfica Intermediária de Ilhéus-Itabuna.
Segundo o IBGE, o município de Itabuna tem um IDH de 0,712 (2010), compartilhando a quinta posição com Feira de Santana no estado da Bahia, ficando atrás somente de Salvador, Lauro de Freitas, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. É um dos oito únicos municípios da Bahia com IDH alto.[9][10]
É terra natal do escritor Jorge Amado, que a descreve em algumas de suas obras, como Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim.[11]
Topônimo
Conforme Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013), o nome “Itabuna” é derivado dos termos tupis itá + abuna, que significa “padre de pedra” (itá, pedra + abuna, padre). O nome é uma referência a uma formação rochosa que se assemelha a um padre.[12] Essa formação rochosa veio a designar o terceiro distrito de Ilhéus, Cachoeira de Itabuna, ao qual pertencia a localidade de Tabocas, que veio a dar origem ao atual município de Itabuna.[13]
História
Por volta do ano 1000, as tribos indígenas tapuias (especificamente, os aimorés)[14] que habitavam na região foram expulsas devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia.
No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pelos tupiniquins, grupo indígena do tronco tupi . Os portugueses implantaram, na região, a capitania de Ilhéus, porém esta fracassou economicamente devido aos constantes ataques dos índios aimorés, que, a partir da década de 1550, retornaram à região, provenientes do interior do continente.[14][15]
O povoamento de origem europeia na região só se consolidou a partir do momento em que esta passou a servir como principal ponto de passagem de tropeiros, que se dirigiam a Vitória da Conquista. Na área cortada pelo rio Cachoeira, surgiu, em 1857, o Arraial de Tabocas, em meio à mata, que estava sendo ocupada por não índios. O nome Tabocas, segundo a tradição, deve-se a um imenso jequitibá, de cuja derrubada fora feita uma disputa, sendo aquele o “pau da taboca”, ou seja, da roça que se abria.[16]
A partir de 1867, intensificou-se a ocupação da região por não índios – principalmente migrantes sergipanos, dentre os quais se destacam Félix Severino de Oliveira, depois conhecido como Félix Severino do Amor Divino, e José Firmino Alves, que eram primos. Félix fundou, na entrada de Itabuna, a Fazenda Marimbeta. Hoje, existe uma rua com esse nome, no bairro da Conceição. Eles vieram da Chapada dos Índios, atual Cristinápolis. A eles, se atribui a fundação da futura cidade de Itabuna.[17]
Em trinta anos, o crescimento da povoação foi tanto que, em 1897, os moradores pleitearam sua emancipação, que foi negada. Nova tentativa foi feita, junto ao governo estadual, em 1906, comprometendo-se Firmino Alves a doar os terrenos para que fossem erguidas as sedes administrativas.[18]
Emancipação
Região central do município.
Fundado em 1910, o município de Itabuna tem sua cronologia confundida com a própria origem do seu perímetro urbano, a partir de meados do século XIX, reduzindo-se a importância da centenária Ferradas, que foi a primeira vila – com o nome de dom Pedro de Alcântara, três décadas antes de Tabocas -, e o primeiro povoamento não indígena no território daquele que viria a ser o município de Itabuna.[19]
Em abril de 2011, foi protocolado, na Assembleia Legislativa da Bahia, uma proposta do deputado Gilberto Santana, do Partido Trabalhista Nacional, para a criação da Região Metropolitana do Cacau, que englobaria os municípios de Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Buerarema, Camacã, Canavieiras, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí, Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Itajuípe, Itacaré, Itapé, Itajú do Colônia, Itapitanga, Jussari, Maraú, Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Una e Uruçuca.[20][21]
Economia
Avenida do Cinquentenário, centro de comércio.
Vista da Avenida Amélia Amado, no centro de Itabuna, com edifícios ao fundo.
Itabuna é um centro regional de comércio, indústria e de serviços. Sua importância econômica cresceu no Brasil durante a época áurea do cultivo de cacau, que, por ser compatível com o solo da região, levou-a ao 2º lugar em produção no país, exportando para os Estados Unidos e Europa.[22]
Depois de grave crise na produção cacaueira causada pela presença da doença conhecida como vassoura-de-bruxa, a cidade tem buscado alternativas econômicas, com a ajuda do comércio, da indústria e da diversificação de lavouras.[22]
A cidade é um importante entreposto comercial do estado, situada às margens da BR-101 e da BR-415, e hoje se destaca com indústrias de grande porte como Nestlé, Kissex, Produtos Padim, Delphi Cacau, Cambuci S/A (Penalty) e TriFil, se consolidando como polo médico, prestador de serviços e de educação. O município conta com o Shopping Jequitibá, um dos maiores do interior da Bahia, com mais de 130 lojas e 8 âncoras.[23]
Geografia
Clima
Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Itabuna apresenta um clima com média pluviométrica anual de 1891 mm[24] sendo o mês de Março com maior precipitação e Setembro com a menor média mensal e temperatura média anual de 23 °C, sendo Julho com a temperatura mínima mais baixa do ano e Janeiro a mais alta.[25]