AGU e CGU firmam acordo de leniência com a Braskem; Empresa deverá devolver R$ 2,8 bilhões aos cofres públicos

A Braskem, controlada pela Organização Odebrecht com participação expressiva da Petrobras, é uma empresa química e petroquímica brasileira com sede no Polo Petroquímico da Bahia.
A Braskem, controlada pela Organização Odebrecht com participação expressiva da Petrobras, é uma empresa química e petroquímica brasileira com sede no Polo Petroquímico da Bahia.

A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) assinaram hoje (31/05/2019) um acordo de leniência com a empresa Braskem S.A., investigada no âmbito da Operação Lava Jato. A Braskem, empresa petroquímica controlada pelo grupo Odebrecht, terá que devolver aos cofres públicos R$ 2,8 bilhões até 2025.

O acordo de leniência é firmado com a pessoa jurídica que cometeu ato ilícito contra a administração pública, mas que se dispõe a colaborar nas investigações. “É importante citar que a colaboração da empresa não só traz informações novas, como corrobora e nos ajuda em outros casos de colaboração. As informações obtidas nesse escopo nos trazem o fortalecimento de colaborações trazidas por outras empresas”, afirmou o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário.

O ministro afirmou que o valor de R$ 1,3 bilhão já foi devolvido às autoridades. Do valor total a ser pago, R$ 376 milhões são referentes a multas da Lei Anticorrupção e da Lei de improbidade administrativa. Os R$ 2,4 bilhões restantes correspondem ao ressarcimento do pagamento de propina feito à época do esquema de corrupção. Do total a ser pago, cerca de R$ 2 milhões irão para os cofres da União e os outros cerca de R$ 857 milhões para a Petrobras.

O acordo foi firmado com base em pilares. O primeiro deles é a capacidade de a empresa trazer informações novas, que ajudem nas investigações. O segundo é a devolução do dinheiro movimentado no esquema de corrupção. Além disso, a empresa se compromete com a integridade. Ela deve manter seus dados disponíveis para auditoria da CGU.

Se deixar de cumprir um dos requisitos – prestação de informações, ressarcimento e disponibilização de dados – a empresa perde os benefícios do acordo. Com isso, o vencimento da dívida é antecipado, ela perde o benefício na redução do valor das multas e passa a ser declarada inidônea, não podendo mais contratar com a administração pública.

Segundo o advogado-geral da União, André Mendonça, o acordo já estava pronto para ser firmado desde os primeiros meses de 2019, mas a AGU e a CGU tiveram que aguardar a Braskem concluir uma pendência com o Ministério Público Federal (MPF), com quem também havia pactuado um acordo de ressarcimento. Só após acertar que os valores combinados com o MPF poderiam ser devolvidos via AGU e CGU é que o acordo pode ser assinado.

“A CGU e AGU, hoje, adquiriram uma expertise já avançada na construção desses acordos”, disse Mendonça. “Hoje, na verdade, nós demandamos a empresa e ela é que está um passo atrás da gente. Então, muitas vezes nós já estamos preparados, com todo o arcabouço da construção da nossa parte já concluída. Mas a empresa ainda tem alguns ajustes, algumas arestas que ela precisa sanar”, completou.

Este é o sétimo acordo de leniência firmado por empresas investigadas por desvio de recursos públicos com a CGU e a AGU. Ao todo, companhias como a Andrade Gutierrez, SBM Offshore e Odebrecht já se comprometeram a ressarcir R$ 8,3 bilhões. Até o fim do ano, a expectativa é que outras três negociações sejam concluídas e divulgadas.

*Com informações da Agência Brasil.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10730 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.