Filhos de Gandhy comemoram 70 anos de tradição com desfile no domingo de carnaval

Desfile do afoxé Filhos de Gandhy no Carnaval 2019 de Salvador.
Desfile do afoxé Filhos de Gandhy no Carnaval 2019 de Salvador.
Desfile do afoxé Filhos de Gandhy no Carnaval 2019 de Salvador.
Desfile do afoxé Filhos de Gandhy no Carnaval 2019 de Salvador.

As ruas do Pelourinho, em Salvador, se transformaram num colossal tapete humano azul e branco, neste domingo (03/03/2019), quando o afoxé Filhos de Gandhy, apoiado pelo Carnaval Ouro Negro, do Governo do Estado, partiu da frente da Casa de Jorge Amado em direção ao Campo Grande. Reunindo uma multidão de baianos e turistas sob a força da saudação ‘ajayô’, mais uma vez, a mensagem foi de paz.

O presidente do bloco, Gilsonei de Oliveira, fala sobre a história do afoxé. “Nos anos 40, após a morte do pacifista Mahatma Gandhi, pensou-se em fazer um bloco. Se juntou à afrodescendência baiana e há 70 anos vem mantendo essa tradição e essa cultura. Ser Filho de Gandhy é amor, é dedicação, é candomblé, é ideologia, é ter a paz no coração, é tudo o que tem de mais belo dentro dessa nossa Bahia”.

A imagem conhecida no mundo inteiro é uma identidade, segundo o segurança Reginaldo Caetano dos Santos, que há mais de 30 anos faz parte do afoxé. “Sou Gandhy o ano todo. Visto a camisa para ir para o trabalho todos os dias. É muito bom, é preciso amar essa entidade todos os dias, se dedicar, ter orgulho, ter amor”.

A riqueza de detalhes da indumentária repleta de tradição e religiosidade de matriz africana movimenta a economia. A costureira Raquel Fernandes confecciona os famosos turbantes há mais de 15 anos nas ruas do Pelourinho. “Eu faço isso pela tradição. A energia do Gandhy puxa a gente. E tem o trabalho. A gente trabalha três quatro, até oito dias aqui e ganha bem, reforça o orçamento”.

Ouro Negro

Segundo a secretária da Cultura, Arany Santana, o Ouro Negro, que apoia o Gandhy, está fazendo 12 anos e tem grande importância. “As entidades, antes do programa, tinham sérias dificuldades para sair no Carnaval. Esses blocos estavam desaparecendo, como as escolas de samba que existiam e não existem mais, diversos afoxés já sumiram. E com o Ouro Negro, muitas entidades renasceram. São entidades que desenvolvem trabalhos ao longo do ano em suas comunidades, oficinas de profissionalização, indumentária, fabricação de instrumentos, promovem a alfabetização, cursos de línguas africanas, então essas entidades prestam serviços importantes ao longo do ano”.

Membro do afoxé Filhos de Gandhy participa do Carnaval 2019 de Salvador.
Membro do afoxé Filhos de Gandhy participa do Carnaval 2019 de Salvador.
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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10729 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.