O lançamento do livro ‘Fiapos de Inspiração’ promete ser, como o próprio nome sugere, uma inspiração para os leitores. A apresentação da obra ocorre nesta sexta-feira (08/02/2019), às 19 horas, na Câmara Municipal de Jeremoabo. O evento contará com a participação de pessoas de vários municípios da região e também de outros Estados.
“O que chama atenção neste livro, além do layout delicado e agradável, é que a ideia do livro surgiu de um Juiz de Direito. Isso mesmo. É comum, vermos livros escritos por Juízes numa linha mais dentro da área jurídica, mas nessa área mais poética é raro”, avalia a jornalista Lílian Symaia. Ela conversou com o autor da obra, o juiz de Direito Antonio Henrique da Silva, sobre a experiência que está sendo concretizada com a participação de mais duas autoras convidadas, Ana Rosa Varjão, que é de Jeremoabo e atualmente está no Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal, e Francis Vitorino que é estagiária de Direito na Comarca de Feira de Santana.
Na avaliação da jornalista, o livro surge com o digno propósito, ou seja, de destina 30% do que for obtido com a venda à manutenção da Associação Solidária da Infância e Adolescência do Sertão Baiano (ASSIASB), entidade sem fins lucrativos e objetiva garantir que crianças e adolescentes tenham direito de brincar e terem acesso a esporte, lazer, recreação e cultura, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A entrevista
Confira entrevista concedia pelo juiz de Direito Antonio Henrique da Silva à Lílian Symaia.
— Não é muito comum um juiz de Direito lançar livro de poesias, visto que se interessam por outros temas. Como surgiu essa vontade de escrever poesias? Esse livro especificamente como surgiu?
— Antônio Henrique: na realidade, a atividade jurídica é uma atividade de certa forma estressante, especialmente quando a gente atua nas varas criminais, que é uma vara que a gente lida, na maioria das vezes, com o que chamamos de escória da sociedade. São pessoas que cometem crimes dos mais diversos e vêm para o Judiciário para responder por esses crimes. E aqui na Comarca de Feira de Santana comecei a vê-la como um laboratório para a criação artística, cultural, a criação literária, a poesia. Eu comecei transformando histórias de vida de pessoas que chegavam ao Judiciário para responder por processos em poesias, retratando relatos de sofrimento e de frustrações, e assim surgiu a ideia. Inicialmente eram poesias soltas; algumas foram publicadas pelo Tribunal de Justiça; isso foi crescendo, e aí me deparei com uma estudante, que estagia na vara onde trabalho, com um material poético também. Depois em uma viagem até Jeremoabo reencontrei a Ana Rosa Varjão, que foi a criadora do hino do projeto Criança Brincando e se Transformando, uma senhora de um talento que precisa ser valorizado, especialmente pela comunidade jeremoabense.
— Como surgiu o título desse segundo livro?
— Antonio Henrique: O termo tem origem no livro FIAPOS, que escrevo desde o ano de 2007, que aborda o tema relativo aos desvios de conduta do ser humano ao longo de sua trajetória e a tentativa de mostrar ser o que efetivamente não é. Fiapos, pedaços do que se vivencia, trechos que nos surgem a qualquer momento. Aqui os Fiapos são de inspiração. São vários contos, textos, demonstrações de situações que foram vivenciadas.
— O que as pessoas podem esperar deste livro?
— Antonio Henrique: As pessoas vivenciarão situações onde se buscou alcançar a alma do ser humano. As poesias são baseadas em fatos concretos e em abstrações. Os fatos concretos vivenciados, são tensos, são marcantes. Viajar nesse mundo poético nosso é uma bela viagem, em situações que se virão nessas histórias contadas. E as pessoas poderão ver não apenas a qualidade gráfica, mas também de textos.