Governo Bolsonaro: Onyx Lorenzoni cita Chile e diz que Reforma da Previdência não pode ser açodada

Onyx Dornelles Lorenzoni.
Onyx Dornelles Lorenzoni.
Ministro do Governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni cita Chile com modelo de previdência.
Ministro do Governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni cita Chile com modelo de previdência.

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta terça-feira (03/11/2018), em coletiva de imprensa, que a equipe de governo defende a implantação de um regime de capitalização para a previdência social no Brasil. Ele citou como exemplo o modelo chileno, que desestatizou o setor na década de 1980 e cada trabalhador contribui para um fundo próprio de poupança, que é administrado por empresas privadas, que podem aplicar os recursos em investimentos. Na opinião de Onyx, o modelo pode impulsionar o crescimento do país no futuro.

“Isso é algo que a equipe sempre defendeu, um regime de capitalização (…) que permita que a sociedade brasileira possa se equiparar, talvez em 7 ou 8 anos, ao Chile, por exemplo. O Chile, com seu regime de capitalização, sustenta o crescimento chileno. Os especialistas dizem, nós temos hoje em torno de 15,5%, perto de 16% do PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços do país] de poupança interna. Se nós chegarmos a 19% ou 20%, o Brasil tem crescimento sustentável, com recursos próprios, de 3% ao ano, me média. Imagina, se o Brasil cresce uma década 3% ao ano, é emprego sobrando. Então a gente quer trabalhar com esses conceitos. A gente não quer remendo [para a Previdência], quer solução de longo prazo”, disse.

De acordo com Onyx, não pode haver “açodamento” na discussão da reforma da previdência no Brasil e citou a alta renovação do Congresso Nacional, a partir do ano que vem, como exemplo de que é preciso trabalhar com paciência bem pelo convencimento dos parlamentares. “Nós precisamos ter clareza de que metade da nova Câmara e metade do novo Senado são [parlamentares] novos. Eles precisam de um tempo para se adaptar, para conhecer a mecânica de funcionamento, então o governo não tem açodamento”.

Ele garantiu que o novo governo não “vai chegar aterrorizando” para vai forçar a aprovação de uma reforma pelos parlamentares e chegou a citar que tinha quatro anos para garantir a mudança no modelo de aposentadoria. Ao ser questionado se o governo já trabalhava com a hipótese de não aprovar a reforma ainda no primeiro ano de mandato, Onyx disse que o objetivo segue sendo esse.

“A gente quer aprovar no primeiro ano, mas a gente tem que reconhecer que a nossa dificuldade passar por um Congresso que vem bastante renovado, nós vamos precisar dialogar com esses parlamentares, eles vão precisar conhecer essa proposta em profundidade, e a gente precisa fazer direito”.

Primeiras medidas

Onyx afirmou que o governo começará a definir, nas próximas semanas, as primeiras medidas a serem tomadas a partir do ano que vem. Ele revelou que já há uma programação pronta para o mês de janeiro, mas que ainda será apresentada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro em data próxima ao natal.

“Nós iremos definir as primeiras ações [do governo] nas próximas semanas. Nós viemos com a montagem dos ministérios, agora vem a montagem do segundo escalão, em termos gerais, depois vêm os outros órgãos da administração indireta. A partir de quarta-feira, a gente começa a receber os grupos técnicos, fazendo o diagnóstico de situação, gargalo e solução”, disse.

Minha Casa Minha Vida e Funai

O futuro ministro-chefe da Casa Civil informou ainda que o programa Minha Casa Minha Vida deverá ficar no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Regional, que fundiu as pastas de Integração Nacional e Cidades. Já a Fundação Nacional do Índios (Funai), segundo ele, poderá ir para o Ministério da Agricultura, mas isso ainda não está fechado. Onyx criticou a atuação de entidades da sociedade civil e um novo modelo para tratar as questões indígenas.

“O Brasil há muitos anos cuida de seus índios através de ONGs [organizações não governamentais], quem nem sempre faz o trabalho mais adequado. A população indígena tem reiterado que ela quer sua liberdade e sua independência, mantendo as suas tradições, mas não necessariamente querem ficar na situação em que muitas comunidades indígenas estão no Brasil. A visão que o presidente tem é no sentido de poder dar condições para que aqueles indígenas que quiserem, possam buscar outra condição”, afirmou, sem entrar em detalhes sobre as mudanças que estão sendo desenhadas.

*Com informações da Agência Brasil.

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