Rui Costa diz que momento é de trabalhar e não de debater ideologia; Em carta a Bolsonaro, governadores do Nordeste pregam diálogo nacional

O governador da Bahia, Rui Costa, fala à imprensa após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
O governador da Bahia, Rui Costa, fala à imprensa após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o momento é de conciliação e de trabalho. “A eleição acabou e é hora de todo mundo descer do palanque e começar a trabalhar. É hora de colocar a mão na massa e apontar soluções”, disse Costa, que participou da reunião do Fórum de Governadores do Nordeste, nesta quarta-feira (21/11/2018), em Brasília.

Segundo o petista, tanto os governadores como o futuro presidente Jair Bolsonaro foram eleitos para resolver os problemas da população brasileira e não para fazer debate partidário. “Acho que a gente deve deixar de falar de partido e de ideologia e passar a apontar soluções para os problemas das pessoas”, argumentou.

O governador foi abordado sobre as declarações do ministro indicado da Saúde, deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), a respeito da atuação dos cubanos no programa Mais Médicos. Para Mandetta, parecia um convênio entre o PT e Cuba e não entre o governo brasileiro e Cuba.

Costa disse que esse tipo de declaração não ajuda a resolver o problema criado com a saída dos médicos cubanos.

“Temos de dizer qual é a solução que vamos apresentar para essa questão. Estamos dispostos a dialogar e encontrar uma solução para melhorar a vida das pessoas”, afirmou.

Segundo Costa, os governadores, independentemente de partido e de região, esperam ser tratados pelo futuro governo conforme os preceitos da Constituição Federal.

Em carta a Bolsonaro, governadores do Nordeste pregam diálogo nacional; Pauta da região tem pedido de audiência e manutenção do Mais Médicos

Os governadores eleitos e reeleitos dos nove estados do Nordeste aprovaram uma carta ao presidente eleito Jair Bolsonaro, com seis temas prioritários da região, e um pedido de audiência. No documento, o Fórum de Governadores do Nordeste, formado basicamente por oposicionistas, promete lutar “por bons destinos” para o Brasil e coloca-se “à disposição para o diálogo e o entendimento nacional”.

Além de assuntos já tratados na reunião da semana passada, os governadores nordestinos acrescentaram o Mais Médicos, defendendo “a imediata recomposição e ampliação” do programa. No sexto ponto da carta, os governadores abordam a “preocupação com o vazio assistencial que pode se produzir nos municípios, com a diminuição do contingente de profissionais do Programa Mais Médicos”. O anfitrião do encontro, governador reeleito do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que o programa leva médicos a lugares onde não havia atendimento no país.

O primeiro item da pauta é a “retomada urgente de obras federais no Nordeste”. Para o Fórum de Governadores do Nordeste, essa medida vai permitir a recuperação do crescimento econômico na região e a geração de empregos. Os governadores destacaram obras rodoviárias, de segurança hídrica e habitacionais.

Segurança

O governador reeleito do Ceará, Camilo Santana, após reunião dos governadores eleitos dos estados do nordeste, em Brasília. – Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para os governadores do Nordeste, o combate à violência no país se dará a partir de um Pacto Nacional pela Segurança Pública, coordenado pelo governo federal, com “ações concretas” de combate à criminalidade interestadual, incluindo atuação de facções criminosas, assaltos a bancos, tráfico de armas e explosivos. “É preciso que o Sistema Único de Segurança Pública passe a funcionar, e o governo federal se integre com os estados. A violência é um problema de todo o país”, argumentou Santana.

Os governadores propõem a discussão da reforma tributária para equilibrar a distribuição de recursos entre os entes federados. Segundo avaliação feita na reunião, o pacto federativo está desequilibrado, com o aumento de obrigações para os estados e os municípios e uma constante redução dos repasses dos fundos de participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Segundo eles, um dos caminhos para melhorar a arrecadação pública seria “a tributação de bancos e de rendas do capital”.

O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), disse que é preciso avaliar a classificação das receitas, pois os repasses para os estados e municípios têm caído. “Como está havendo excesso de arrecadação na União se as transferências para estados e municípios só cai? Vamos pedir a mediação dos tribunais de contas. Se houver erros, é preciso corrigir”, argumentou.

Educação

O Fórum de Governadores do Nordeste defende ainda a prorrogação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), que se encerra em 2020 e define o apoio do governo federal às ações de educação nos estados e municípios. Para os governadores, além da prorrogação, é preciso ampliar a participação da União no financiamento da educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio).

Por fim, os governadores pedem o desbloqueio das operações de créditos dos estados, “para viabilização de investimentos e pagamentos de precatórios judiciais”.

Além de Santana e Costa, participaram do encontro os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Flávio Dino (PCdoB-MA), o vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB), os eleitos João Azevêdo (PSB-PB) e Fátima Bezerra (PT-RN) e a vice-governadora eleita de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). Na primeira fase da reunião, que aconteceu na sede da representação do Ceará em Brasília, os governadores receberam o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE).

*Com informações da Agência Brasil.

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