Costureira fideliza clientela no Mercado de Arte Popular de Feira de Santana

Ivanilde Marques de Oliveira, conhecida como dona Nenzinha, trabalha há mais de trinta anos no Mercado de Arte Popular.
Ivanilde Marques de Oliveira, conhecida como dona Nenzinha, trabalha há mais de trinta anos no Mercado de Arte Popular.
Ivanilde Marques de Oliveira, conhecida como dona Nenzinha, trabalha há mais de trinta anos no Mercado de Arte Popular.
Ivanilde Marques de Oliveira, conhecida como dona Nenzinha, trabalha há mais de trinta anos no Mercado de Arte Popular.

Sentada num tamborete, dona Nenzinha se acomoda em frente a uma máquina industrial. Posiciona o tecido e com as mãos vai deslizando-o sobre a mesa, enquanto toca delicadamente o pé no pedal, que faz a máquina movimentar. Diz que tem mais uma encomenda de saias e batas para entregar e que sua clientela valoriza o corte e pequenos detalhes.

Há mais de trinta anos trabalhando no Mercado de Arte Popular de Feira de Santana, dona Nenzinha, que leva o nome de batismo Ivanilde Marques de Oliveira, relata que há cinco anos descobriu que confeccionar roupas para atender os adeptos das religiões de matriz africana era uma saída para driblar a crise econômica.

E não lhe faltam clientes. O box Artesanato Marques, de número 80, está sempre movimentado. “Fico admirada: o que eu faço vendo. O negócio é usar a cabeça e trabalhar”, diz a senhora de 81 anos, que iniciou sua história no MAP vendendo couro.

“Eu já vendi de tudo: couro, roupa indiana, pano de prato bordado e roupas feitas por mim. Hoje, graças a Deus, fidelizei uma boa e variada clientela de Feira e aqueles que chegam aqui somente para comprar minhas peças”, aponta atribuindo à qualidade dos materiais utilizados e destacando que é a única no MAP que vende roupas para o povo de santo, com as cores e adereços que representam os orixás.

“Não paro um só minuto e quando estou trabalhando não tem tempo ruim. Meus clientes são muito variados. Tem vezes que estão uma mãe de santo e um evangélico aqui, e não há problema. O que importa é o respeito”, considera ela, que afirma ser católica e ter irmãos protestantes.

Detalhes nas peças

Para atender a essa demanda, a costureira acrescenta que foi preciso se aprofundar no novo segmento para entender as exigências dos seus clientes e saber usar a criatividade para cativa-los. Nas roupas há sempre detalhes, como apliques de flores de panos e bordados, além do jogo de cores com mais de um tecido. Alguns cortes têm que ser volantes e duplos.

“Geralmente essas roupas são encontradas por aí com panos mais grossos. Eu busquei inovar com tecidos diferentes, como o tule e o cetim de seda, que deixam a roupa mais leve e confortável”, explica observando que “o negócio é tentar e o povo aceitar. É jogar com a cabeça”.

Elogios a cada nova encomenda

Clotildes Maria Trajano, filha de santo, é cliente de dona Nenzinha há um ano e meio. “Ela costura muito bem e com amor. Suas roupas são maravilhosas e eu prezo pela qualidade”, comenta ao fazer mais uma encomenda.

Freguesa de dona Nenzinha há mais de vinte anos, a comerciante Helena dos Santos sempre vai ao Box 80. “Gosto do corte das roupas e a dedicação que ela tem para costurar. Os vestidos e saias soltinhos confeccionados por ela são imbatíveis”, elogia mostrando a saia de lastex – fio elástico que serve para franzir o tecido e dá elasticidade – que usava.

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