Celebrando o jubileu do transplante cardíaco no Brasil, Governo da Bahia investe na ampliação de centros de cardiologia pelo SUS | Por Fábio Vilas-Boas

Fábio Vilas-Boas: Na Bahia, o transplante cardíaco, assim como de outros órgãos, evolui com dificuldade. Ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados aqui são disponibilizados para outros estados.
Fábio Vilas-Boas: Na Bahia, o transplante cardíaco, assim como de outros órgãos, evolui com dificuldade. Ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados aqui são disponibilizados para outros estados.
Fábio Vilas-Boas: Na Bahia, o transplante cardíaco, assim como de outros órgãos, evolui com dificuldade. Ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados aqui são disponibilizados para outros estados.
Fábio Vilas-Boas: Na Bahia, o transplante cardíaco, assim como de outros órgãos, evolui com dificuldade. Ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados aqui são disponibilizados para outros estados.

Anunciado como um milagre da medicina, o mundo recebeu notificação em 3 de dezembro de 1967 de que um coração humano doente havia sido trocado com sucesso por um outro doado. Na década seguinte, o entusiasmo diminuiu à medida que a sobrevida do coração doado era limitada devido ao desafio do sistema imune. A introdução do imunossupressor ciclosporina – um momento decisivo para aumentar a sobrevida livre de rejeição – e a capacidade de realizar biópsias cardíacas foram capazes de aumentar de forma considerável as taxas de sucesso.

No Brasil, há exatos cinquenta anos, em 1968, um trabalhador de campo do estado de Mato Grosso do Sul conhecido como “João Boiadeiro” fez história ao se tornar o primeiro cidadão brasileiro a ter seu coração transplantado. A cirurgia, realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), marcou o início de uma nova fase na cardiologia brasileira e latino-americana.

Na Bahia, o transplante cardíaco, assim como de outros órgãos, evolui com dificuldade. Ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados aqui são disponibilizados para outros estados. O baixo índice de transplantes onera o estado. Anualmente gasta-se R$ 10 milhões com Transferências para Fora do Domicílio (TFD), visto que pacientes e acompanhantes vão para outras unidades da federação. Além disso, os R$ 26,4 milhões necessários para custear a hemodiálise de 1.000 pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), equivale a realizar o mesmo quantitativo de transplantes renais, aumentando assim, a qualidade de vida dos pacientes.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia lançou em 2016 uma política de incentivos ao transplante, com o objetivo de garantir sustentabilidade econômica às equipes e hospitais, com base em metas e resultados, além de facilitar o acesso à realização dos exames necessários para o pré e pós-transplante e reduzir o tempo de espera com aumento da doação, captação e transplante. Os resultados dessa política já podem ser vistos, com o aumento do número de centros transplantadores e do número de órgãos transplantados. Mas uma barreira persiste a limitar a evolução. O elevado grau de negativas familiares na Bahia, atinge cerca de 70% dos potenciais doadores, que são recusados pelas famílias. Um longo trabalho de conscientização está por ser feito.

Os investimentos do governo do estado para estruturar centros de cardiologia e cirurgia cardíaca em todo o estado caminham a passos largos. Equipamentos modernos foram instalados e equipes especializadas foram ampliadas nos hospitais Ana Nery e Roberto Santos, os dois centros de referencia da capital. Em dezembro de 2017 inauguramos o primeiro centro de cardiologia e cirurgia cardíaca em um hospital público no interior do estado, no Hospital Costa do Cacau em Ilhéus, onde já estão sendo implantados marcapassos, realizadas angioplastias coronárias com stents e cirurgias de ponte de safena. Obras foram autorizadas no Hospital do Oeste, em Barreiras e no Hospital de Irecê, para a implantação de serviços de cardiologia e cirurgia cardíaca, com conclusão prevista para 9 meses.

Unidades de Atendimento ao Infarto do Miocárdio estão sendo implantadas em 52 localidades em todo o estado e permitirão a orientação e acompanhamento remoto da condução dos casos, via telemedicina.

Estamos construindo um moderno centro de Referencia Estadual para Hipertensão e Aterosclerose Sistêmica, que será o maior do país e coordenará unidades nas 18 policlínicas regionais de saúde, que o governo está implantando em todo o estado. Vale ressaltar, que as policlínicas estão estruturadas com cardiologistas e todos os equipamentos para diagnóstico cardiológico, incluindo teste de esforço, ecocardiograma, doppler, MAPA e Holter.

Com o apoio decisivo do governador Rui Costa, continuaremos avançando na ampliação da cobertura e na qualidade da atenção à cardiologia e á saúde como um todo na Bahia.

*Fábio Vilas-Boas Pinto (Salvador, 25 de março de 1967) é um médico cardiologista brasileiro, formado em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele ocupa, atualmente, o cargo de Secretário da Saúde do Estado da Bahia.

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