Ex-presidente Lula enfrenta o dilema entre se entregar e resistir

Juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula para cumprimento de pena.
Juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula para cumprimento de pena.
Juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula para cumprimento de pena.
Juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula para cumprimento de pena.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece nesta sexta-feira (06/04/2018) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, para onde se dirigiu no início da noite de quinta, logo após o anúncio da expedição do mandado de sua prisão pelo juiz Sérgio Moro.

O mandado de prisão expedido por Moro determina que ele se apresente à sede da Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta, mas o ex-presidente disse a apoiadores que não vai se entregar às autoridades, informou a agência de notícias Reuters, que cita membros do PT. Os advogados de Lula entraram com um novo pedido de habeas corpus, desta vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Moro ordenou a prisão de Lula após receber um ofício do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que autorizou o início do cumprimento da pena. O documento foi emitido depois de o STF rejeitar nesta quinta-feira um pedido de habeas corpus solicitado pela defesa do ex-presidente.

Em declarações à emissora CBN, Lula acusou Moro de estar agindo politicamente para impedir seu direito à defesa e acrescentou que vai aguardar orientações dos seus advogados para decidir se vai se entregar ou não às autoridades. Lula afirmou que considera absurdo o mandado de prisão de que é alvo e acusou Moro de sonhar com sua detenção.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirmou que a decisão do TRF-4 de autorizar a prisão é arbitrária, pois ainda cabe ao ex-presidente apresentar um último recurso ao tribunal. “Estão contrariando a própria decisão do tribunal do dia 24, quando os três desembargadores determinaram que a prisão só poderia acontecer depois de exaurida toda a tramitação em segunda instância”, declarou Zanin à Folha. O novo pedido de habeas corpus, desta vez ao STJ, se baseia nesse argumento.

Entre as lideranças petistas há aqueles que defendem que Lula não deve se entregar à Justiça. Defensor dessa tese, o senador Lindbergh Farias afirmou na noite desta quinta-feira que Lula ainda não decidiu se vai se apresentar ou não à Polícia Federal em Curitiba. “Na minha avaliação, não tem que se entregar. Se entregar é admitir culpa, não é o caso. Tem de prender o Lula no meio desse mar de gente, numa violência, com repercussão internacional, mas Lula ainda não decidiu, vai decidir só amanhã”, disse Farias.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que o mandado de prisão “reedita os tempos da ditadura” no Brasil. “É uma violência sem precedentes na nossa história democrática”, acrescentou.

Apoio de políticos e militantes

Ao longo da noite, Lula recebeu o apoio de militantes, que se concentraram em frente ao sindicato, e de políticos. Num discurso feito em cima de um carro de som estacionado em frente ao sindicato, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que o mandado de prisão “faz parte do golpe” que começou com seu impeachment.

“O Lula é inocente. Está sendo vítima de uma das mais graves ações contra uma pessoa. Nossa Constituição é clara. Não se pode prender sem ter esgotado todos os recursos. O presidente [Lula] tinha direito de recorrer”, disse. “Isso faz parte do golpe. O golpe que começou quando me tiraram da Presidência da República sem nenhum crime que eu tivesse cometido.”

Ela atribuiu o pedido de prisão a uma “perseguição política” a Lula e convocou à resistência. “Vocês que estão aqui são capazes de resistir. Nós não somos um bando de pessoas que entende a linguagem das pedras e dos tiros. Esse não é o Brasil que queremos. Vamos continuar resistindo com coragem”, disse. Em seguida, o público começou a gritar: “Lula, guerreiro do povo brasileiro.”

Em apoio ao ex-presidente foram ao sindicato a deputada Luiza Erundina, a senadora Gleisi Hoffmann e o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSol. A pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Avila, também esteve no sindicato para prestar solidariedade a Lula.

*Com informações do Deutsche Welle.

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