Dica gramatical: a expressão ‘logo menos’ faz sentido em português? | Por Diogo Arrais

Diogo Arrais é professor de Língua Portuguesa do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) e autor de obras para concursos públicos.
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Nesta semana, recebi, por uma das minhas mídias sociais, a seguinte dúvida: “Qual é a lógica no uso da expressão LOGO MENOS, cada vez mais comum por parte de apresentadores de TV?”

LOGO, como advérbio, significa imediatamente, sem tardança: “Cumpre ir logo chamar o médico.”

Na Língua Portuguesa falada no Brasil, a locução “logo mais” indica “mais tarde”, “daqui a alguns minutos”, “daqui a pouco”, “em tempo imediatamente seguinte a outro”, “numa série”, “após”.

Vale um lembrete: “daqui a”, para indicar tempo ou distância”, nunca deve ser utilizado com o verbo haver “há”. É sempre com a preposição A, em função da relação futurística: “Daqui a pouco, estaremos em nossa escola.”, “Daqui até à praia, vai-se a pé.”

Com o passar do tempo, surgiram diversas locuções (conjunto de palavras) em união a LOGO:

“Até logo mais”: sinônimo de “até logo”, cumprimento de despedida que se usa quando se espera rever proximamente o interlocutor; até mais tarde; até breve.

“Desde logo”: desde aquele momento; logo, portanto.

“Logo que”: no momento em que; assim que; mal. Cita o Aurélio, a esse uso, um trecho machadiano, com as Crônicas de Lélio: “Ontem, logo que tive a notícia da crise ministerial, recolhi-me a casa para esperar os acontecimentos.”

“Logo, logo”: com a maior urgência; imediatamente; já, já.

“Para logo”: sem demora, de pronto.

“Tão logo”: mal, apenas; logo que: “Acendia, tão logo anoitecia, todas as lamparinas da casa.”

Portanto, “logo mais” tem relação lógica com “daqui a mais algum tempo”, sendo incoerente a troca do “mais” por “menos”, em “logo menos”. Se o fato ocorrerá “daqui a mais alguns minutos”, haverá “mais”, e não “menos” tempo. Como afirmou Sérgio Rodrigues, em artigo sobre o mesmo tema: “‘logo menos’, analisados friamente seus termos, não faz sentido algum.”

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*Diogo Arrais é professor de Língua Portuguesa do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) e autor de obras para concursos públicos.

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