Festa ayahuasqueira no Acre. AYA2016. II Conferência Mundial da Ayahuasca

uarez Bomfim na AYA2016
Juarez Bomfim na AYA2016
uarez Bomfim na AYA2016
Juarez Bomfim na AYA2016

Não é minha pretensão, nos limites desta breve comunicação, fazer um resumo das contribuições aportadas pelos conferencistas, nem reúno tanta habilidade e capacidade. Posso sim tecer algumas considerações de ordem pessoal, isto é, na condição de um usuário de ayahuasca para fins religiosos (espirituais) e de formação nas Ciências Sociais.

Assim, de maneira fragmentada, caleidoscópica, tecerei algumas considerações. Este artigo terá continuidade, dividido em partes. Quantas se fizerem necessárias.

Foi realizada entre 17 e 22 de outubro de 2016 a II Conferência Mundial da Ayahuasca – AYA2016, em Rio Branco – Acre. Durante 6 profícuos dias membros das comunidades indígenas sul-americanas, das religiões ayahuasqueiras, cientistas de diversos campos de conhecimento e interessados em geral partilharam as suas experiências e se congraçaram neste grande happening ayahuasqueiro.

Como descreveu um glauberiano amigo: a AYA2016 contou com a presença de diversas etnias indígenas, religiões ayahuasqueiras, xamãs, psiconautas, terapeutas, sociólogos, antropólogos, cientistas, políticos, estudantes e uma multiplicidade vibrante e colorida de pessoas de várias línguas, povos e culturas de todo o mundo.

A AYA2016 foi organizada pelo ICEERS (International Center for Ethnobotanical Education, Research & Service), que se define como uma organização filantrópica, sem fins lucrativos e de utilidade pública que se dedica a 1) integração da ayahuasca, da iboga e de outras plantas tradicionais como ferramentas terapêuticas na sociedade ocidental, e 2) a preservação das culturas indígenas que utilizam estas espécies botânicas desde a antiguidade, seu habitat e recursos botânicos.

A Primeira Conferência Mundial da Ayahuasca havia sido realizada em setembro de 2014, no aprazível balneário turístico de Ibiza, na Espanha. Foi baseado nas limitações deste evento — baixa representação indígena e das religiões ayahuasqueiras brasileiras — que se optou por realizar a II Conferência na América do Sul.

Inicialmente, havia duas sugestões de local, o que é normal em situações de tomada de decisão como esta. Uma proposta era de sediar o evento na Cidade Imperial de Cusco, no Peru; a outra era de levá-lo para a “meca” das religiões ayahuasqueiras: Rio Branco-Acre.

Desconheço os critérios e motivações que apontaram a fascinante Cidade de Cusco, Umbigo do Mundo, para sediar uma Conferência da Ayahuasca e sobre a Ayahuasca. Cusco é uma cidade ayahuasqueira apenas enquanto mito, lenda, sem nenhuma evidência histórico-cultural. A ayahuasca sempre esteve ali próximo, aos pés da Cordilheira dos Andes, na selva peruana, e a vasta territorialidade das civilizações pré-incaicas e inca a alcançava. Porém, esta bebida ritualística e sacramental não parece ter sido central para estas civilizações, e sim um dos muitos componentes dos mistérios de seus cultos e dos segredos de seus sacerdotes.

Na Cusco de turismo new age da contemporaneidade, o que se nota é o mal-uso da ayahuasca, segundo a deontologia (normas éticas) dominante atual: comércio de ayahuasca de procedência e qualidade duvidosa no Mercado San Pedro, mercado da fé com “rituais xamânicos” tipo “macumba pra turista”, com banalização do uso da bebida e falseamento cultural… tudo aquilo que é atraente aos patos… digo, aos marinheiros de primeira viagem, porém condenável pelo ethos (ética) ayahuasqueira predominante.

Não sei se a Cidade de Cusco foi perscrutada… sei que uma primeira incursão foi realizada a Rio Branco-Acre, onde a nave alienígena do Iceers pousou. Não, não era tão alienígena assim…

A primeira comitiva do Iceers foi liderada por Juan Carlos de la Cal, dirigente do Iceflu(Cefluris) de Madri-Espanha, que é fruto da internacionalização do Santo Daime iniciada nos anos 1990. Juan Carlos já era conhecedor do Acre e da Vila Céu do Mapiá, no vizinho Estado do Amazonas — porém área de influência acreana, devido as longas distâncias e dificuldades de acesso à floresta.

Foram realizadas as primeiras reuniões e sondagens com o governo do Acre no segundo semestre de 2015, e os representantes dos órgãos governamentais e sua assessoria, incluindo o historiador Marcos Vinicius Neves, sinalizou positivamente com a possibilidade de apoio institucional.

Isto foi determinante para, alguns meses depois, nova comitiva do Iceers aportar em Rio Branco, agora liderada pelo catalão Oscar Parés, e afirmar que a Capital do Acre foi elegida, devido a possibilidade de afluência indígena ao evento e pela importância dos mestres ayahuasqueiros acreanos para a disseminação da ayahuasca pelo mundo.

Cabe aqui assinalar que é procedente considerar os maranhenses Raimundo Irineu Serra e Daniel Pereira de Mattos (Santo Daime e Barquinha) e o baiano José Gabriel da Costa (União do Vegetal) como acreanos, pois os mesmos são detentores do título de cidadãos acreanos in memoriam, desde 2010.

As críticas a AYA2016 nas redes sociais

O saudoso escritor e filólogo italiano Umberto Eco afirmou certa vez que as redes sociais inauguraram uma era do direito à palavra a uma “legião de imbecis” que antes falavam apenas “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. Todavia, nos dias de hoje, ainda segundo o famoso escritor, as redes sociais deram voz a ‘idiotas virtuais’ que passaram a ter o mesmo espaço e visibilidade de laureados Prêmios Nobel.

As críticas a AYA2016 antes, durante e depois de sua realização não foram diferentes. Muitas beiravam os limites da sanidade, algumas foram extremamente bizarras, outras avocavam a antiga e manjada “teoria da conspiração”, vendo uma nova invasão espanhola nas Américas com objetivos de recolonização…

Impossível imaginar os gentis catalães Ben de Loenen e Oscar Parés como uma versão new age dos cruéis Hernán Cortez e Francisco Pizarro, investindo duramente contra as civilizações ameríndias Inca, Asteca e Maia para destrui-las – ou o Ben e o Oscar decepando cabeças de humildes caboclos amazônicos. Porém, foi mais ou menos assim o teor das críticas.

A AYA2016 organizada por espanhóis, no Acre, foi comparada a uma situação onde cruzados cristãos organizassem um congresso sobre islamismo em Meca, na Arábia Saudita… e outras “pérolas” do mesmo quilate.

Caçando o que falar, esses comentaristas – alguns deles sequer lá compareceram – criticaram o formato “acadêmico” da Conferência, de organização de mesas de palestrantes seguido de debates, e a distribuição do tempo de uso da palavra. Engano deles e falsa acusação. Engano desses que falam e escrevem à toa. As mesas indígenas, da Câmara Temática das religiões ayahuasqueiras e de comunidades não-acadêmicas deu ao encontro um caráter democrático e participativo.

Os “críticos” desancaram também a benfazeja proposta de patrimonialização da ayahuasca como cultura imaterial brasileira e mundial. Este salutar propósito, que visa legitimar o uso cultural da bebida, e retirá-la do âmbito da justiça e da polícia, foi maliciosamente colocado sob suspeita, e esses comentaristas negativistas buscaram inclusive influenciar e contaminar as lideranças indígenas contra uma futura e benéfica patrimonialização — geração de salvaguardas — da sagrada bebida.

Por que tal resistência de alguns quanto à Conferência? Por que as contundentes críticas?

São inúmeros os motivos, alguns muito subjetivos. Os organizadores da Conferência são conscientes de um aspecto importante que deu margem a comentários malévolos: a cobrança de ingressos relativamente caros para assistência ao evento.

Precisando se autofinanciar, a venda de ingressos seria uma das formas de arrecadação de recursos, o que gerou antipatia, resistência e sentimento de exclusão em alguns.

Já outros críticos talvez tenham considerado injusto o critério de composição das “mesas principais” e os palestrantes convidados, e eles — os “críticos — não terem tido os seus nomes incluídos — com passagens e hospedagem gratuitas ofertadas. Enfim, idiossincrasias humanas.

A ativa e numerosa participação indígena, das religiões ayahuasqueiras, da comunidade acadêmica da UFAC (Universidade Federal do Acre), de organizações da sociedade civil organizada assegurou o total sucesso e pleno êxito da AYA2016 e silenciou os severos críticos. Enquanto era realizada a AYA2016 já fazia história.

A delicada questão de dificuldade de participação e sentimento de exclusão — devido à cobrança de caros ingressos — foi parcialmente resolvida com uma farta distribuição de ingressos-convites para as representações locais presentes.

Uma transparente e franca “nota de esclarecimento” sobre financiamento da Conferência foi divulgada pelo Iceers, e se mesmo assim as coisas não aconteceram a contento, isto é, ainda continuaram as resistências, é porque aí já se sobressaem problemas históricos do imaginário europeu, com a rigidez do seu “racionalismo ocidental”, cujos organizadores não ousaram abrir as portas da Conferência, franquear o acesso, a partir do terceiro ou quarto dia do evento.

Outra coisa: engessou-se a compra de ingressos e a distribuição de ingressos-convites no modelo “pacote de seis dias”. Tardiamente, só às vésperas da Conferência é que o público tomou conhecimento da possibilidade de aquisição diária de ingressos, a partir do interesse pelos temas e mesas. Fica a experiência para resolução de situações nas próximas conferências.

Bem, de volta ao começo: o êxito do empreendimento dependia do envolvimento e participação dos atores sociais locais: etnias indígenas, religiões ayahuasqueiras, comunidade acadêmica da UFAC e demais instituições da sociedade civil organizada.

Não tenho conhecimento do processo de como se deu o envolvimento das lideranças e comunidades indígenas. Sei que, salvo engano, durante a AYA2016 aconteceu a maior concentração de etnias e lideranças indígenas que a Capital do Estado da Floresta – o Acre – jamais tenha visto.

Os desafios vencidos para se chegar a Rio Branco, viajando de suas longínquas aldeias, as dificuldades e privações vividas durante a festiva semana não arrefeceu os ânimos. A presença indígena e os intercâmbios vividos com os demais brasileiros branco-mestiços e os gringos foi um original espetáculo de cores, sons, cantorias e rituais noturnos.

Quanto aos palestrantes indígenas, o que se viu foram representantes muito bem articulados, com o dom da palavra, fluentes em sua segunda língua, o português, e conscientes da importância do momento.

O envolvimento e participação da Câmara Temática da Ayahuasca, de Rio Branco-Acre

Em Carta divulgada durante a montagem da Programação da AYA2016, a Câmara Temática da Ayahuasca, de Rio Branco-Acre, expôs os motivos da aceitação e participação na Conferência pelas “religiões tradicionalistas” da Ayahuasca, como passaram a se autodesignar.

Desconfiados — como costumam ser os caboclos acreanos — quedaram-se inquietos e receosos frente àqueles jovens espanhóis que caíram de paraquedas — ou saltaram de uma nave espacial — em pleno Planeta Acre, com o convite para as “religiões tradicionalistas” participarem de uma tal “conferência mundial da ayahuasca”…

Diz a Carta: “trouxe certa inquietação a nós… o convite dos organizadores da II Conferência Mundial, para tomarmos parte no evento… Por que não? Por que sim? Como? Foram as nossas perguntas, que se desdobraram em longas conversas regadas a café, lanches, risos, receios e anseios”.

Após a quebra de resistência inicial — e fico a imaginar quão difícil foi para os mais ortodoxos! — veio a resolução pela participação, e os organizadores da Conferência deram total liberdade para a Câmara Temática organizar três das “Mesas Principais”. Foi total o êxito da participação destes atores sociais e institucionais na AYA2016, o que é mais uma prova inconteste de que Deus é brasileiro.

A participação da comunidade acadêmica da UFAC

Junto à Universidade Federal do Acre os organizadores precisavam tanto do apoio institucional como logístico, pois o campus universitário reunia condições e infraestrutura necessárias para abrigar um evento de tal porte, com 700 ou mais participantes.

Creio que o apoio do governo do Acre facilitou em muito a boa receptividade dos organizadores junto a Reitoria e, a partir daí, houve o envolvimento da comunidade universitária, principalmente dos pesquisadores lotados nos Departamentos de Humanidades, que foram instados e motivados à participação.

Considero que esta Conferência será um significativo marco para aquela instituição acadêmica, como inspiração e motivação para o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre a ayahuasca nos diversos campos de conhecimento científico.

Mesas principais e mesas paralelas

O Iceers foi o responsável por organizar as demais mesas do evento. Nas mesas principais palestraram os renomados expoentes do universo científico-acadêmico mundial na contemporaneidade, assim como representantes das comunidades ayahuasqueiras pelo mundo, que prestam relevantes serviços à sociedade através do uso religioso e terapêutico da bebida.

Não é minha pretensão, nos limites desta breve comunicação, fazer um resumo das contribuições aportadas pelos conferencistas, nem reúno tanta habilidade e capacidade. Posso sim tecer algumas considerações de ordem pessoal, isto é, na condição de um usuário de ayahuasca para fins religiosos (espirituais) e de formação nas Ciências Sociais.

Assim, de maneira fragmentada, caleidoscópica, tecerei algumas considerações.

O uso terapêutico da ayahuasca

Nos últimos anos a ayahuasca despertou a atenção e o interesse de pesquisadores da área de saúde e, no caso brasileiro, existem instituições universitárias com projetos de pesquisa em desenvolvimento, investigando o potencial e as possibilidades de uso psiquiátrico da beberagem ou dos seus princípios ativos.

Durante a AYA2016, alguns dos mais competentes pesquisadores da área relataram suas experiências neste campo de investigação. Um deles, palestrando sobre os dilemas éticos e científicos da pesquisa sobre o uso terapêutico da ayahuasca, comentou que os testes clínicos e laboratoriais com cobaias humanas acontecem sem rituais, nas frias salas de consultórios médico-hospitalares. Porém, completou, ocorrem com os rituais que a própria ciência biomédica estabelece (palavras minhas, de memória).

Daí que, para investigar os efeitos da misteriosa bebida, são organizados rituais científicos que incluem a formação de grupos experimentais, grupos de controle, uso de ayahuasca, uso de placebos etc.

Lembro de uma intrigante narrativa de uma “cobaia humana” de pesquisa sobre ayahuasca realizada em Barcelona-Espanha e bem contada numa edição da revista eletrônica Piauí (edição 7, 1 de abril de 2007) disponível no link http://piaui.folha.uol.com.br/materia/voluntario-numero-13/ cujo experimento com ayahuasca foi realizado nas frias e bem iluminadas salas e laboratórios de um hospital daquela cidade.

Impossível não me lembrar – e comparar — este experimento a uma coleta de sêmen para exame de espermograma: é dado ao paciente um frasco vazio e, confinado em um quarto, ele terá o tempo necessário para uma experiência autoerótica que, se realizada com sucesso, resultará no fruto (sêmen) a ser analisado.

Como estímulo exógeno o paciente, ou a clínica, poderá providenciar uma Revista Playboy, como fonte de inspiração… A vítima, ou melhor, o paciente, dará asas à imaginação e, no ato solitário, pensará em quão prazeroso seria um intercurso afetivo com a companheira desejada…

A experiência laboratorial-hospitalar com ayahuasca — se não vier a disciplinadora peia — mal ou bem comparando, no máximo será semelhante à coleta de material para espermograma sob a fria luz fluorescente hospitalar.

O êxtase divino e a experiência místico-revelatória que a santa bebida proporciona — para quem é merecedor — não será jamais alcançado sob tais condições; assim como o êxtase orgástico com a companheira desejada jamais será obtido através da burocrática masturbação laboratorial.

Uma limitação existente para as pesquisas com ayahuasca no campo biomédico é que elas são conduzidas por desconhecedores dos poderes e mistérios desta planta maestra, como a classifica Dennis McKenna (ver http://www.agencia.ac.gov.br/a-ayahuasca-e-inteligente-diz-medalhao-da-etnofarmacologia/). Esses novos cientistas são competentes, sérios, bem-dispostos e intencionados, porém confesso que senti falta de Ralph Metzner na Conferência para, ao lado de Dennis Mckenna, ensinar aos neófitos.

A importância e relevância do conhecimento científico na nossa era é inconteste, e adquire centralidade, principalmente as ciências naturais. Todavia, se faz necessário ouvir as Humanidades e compreender o conhecimento que se tem que o efeito da ayahuasca está relacionado a três fatores, ligados e intricados: como a ayahuasca atua no organismo humano, que difere entre os usuários, o set (condição física, emocional e mental do indivíduo) e o setting (o ambiente onde ocorre a experiência).

Se estes três fatores não estiverem reunidos, a experiência será parcial, fragmentada, inconclusiva. E tome peia!

Daí que convoco os amigos cientistas a ousarem, surpreenderem e elaborarem projetos de pesquisa muldisciplinares e interdisciplinares com ênfase na observação direta e trabalho de campo, em locais e ambientes que reúnam tais condições.

A referência histórica de um empreendimento assim é o paradigmático “Projeto Hoasca”, realizado entre 1991-1996, entre membros da UDV de Manaus. A coordenação geral esteve a cargo de Dennis McKenna (ver http://udv.org.br/pesquisas-cientificas/projeto-hoasca/).

A pauta de interesse e a agenda de investigação precisará ser atualizada para as novas demandas surgidas no Século XXI. A pesquisa de campo deverá ser realizada em uma instituição religiosa ayahuasqueira brasileira que reúna as condições necessárias e autorize tal empreendimento científico-acadêmico.

São estes os desafios propostos.

…. Este artigo terá continuidade, dividido em partes. Quantas se fizerem necessárias.

Haux, Haux!

Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do Concurso Público de 2024.
Banner da Campanha ‘Bahia Contra a Dengue’ com o tema ‘Dengue mata, proteja sua família’.
Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do São João 2024.
Sobre Juarez Duarte Bomfim 726 artigos
Baiano de Salvador, Juarez Duarte Bomfim é sociólogo e mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Geografia Humana pela Universidade de Salamanca, Espanha; e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem trabalhos publicados no campo da Sociologia, Ciência Política, Teoria das Organizações e Geografia Humana. Diversas outras publicações também sobre religiosidade e espiritualidade. Suas aventuras poético-literárias são divulgadas no Blog abrigado no Jornal Grande Bahia. E-mail para contato: juarezbomfim@uol.com.br.