Redução da pobreza no Brasil é exemplar e foi resultado de políticas públicas, diz ONU

Gráfico apresenta redução da pobreza no Brasil entre 1990 e 2012.
Gráfico apresenta redução da pobreza no Brasil entre 1990 e 2012.
Gráfico apresenta redução da pobreza no Brasil entre 1990 e 2012.
Gráfico apresenta redução da pobreza no Brasil entre 1990 e 2012.

O Brasil realizou uma revolução silenciosa, em pouco mais de uma década, ao sair da condição de País conhecido internacionalmente pelo alto índice de pobreza para o País que, de forma pacífica, conseguiu reduzir radicalmente a miséria. É o que aponta o relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre os resultados da primeira meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), definidos pelas Nações Unidas no início dos anos 2000.

Segundo o levantamento, o Brasil foi um dos que mais contribuíram para o mundo alcançar a meta proposta pelo primeiro dos oito objetivos da ONU até 2015: “Acabar com a pobreza extrema e com a fome”, tornando-se referência internacional em relação ao assunto. Isso porque, enquanto o mundo conseguiu reduzir a pobreza extrema pela metade – de 47% em 1990 para 22% em 2012 – o Brasil, no mesmo período, erradicou a fome e fez com que a população extremamente pobre do País caísse para menos de um sétimo do registrado em 1990 (de 25,5% para 3,5% em 2012).

O sucesso do Brasil nesta nova tecnologia social levou o ex-ministro José Graziano, responsável pela implantação do Programa Fome Zero, a ser eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Políticas públicas

De acordo com o estudo, o “cumprimento pelo Brasil do primeiro dos ODM, muito antes de 2015, não foi obra do acaso”, principalmente quando se leva em conta o histórico, as dimensões e a população brasileira. Foi resultado de políticas públicas inovadoras como o Cadastro Único para Programas Sociais, que permitiu que o Bolsa Família chegasse aos 5.570 municípios do País. A pesquisa destaca ainda a importância da articulação entre governo, setor privado e sociedade civil para o sucesso das políticas de combate à pobreza do País.

É o que também defende a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, para quem os avanços brasileiros no combate à fome e à pobreza nos últimos anos fez do Brasil o principal exemplo internacional de ação bem-sucedida no cumprimento dos objetivos do milênio.

“A população começou a ter acesso à alimentação, principalmente por ter acesso à renda, o que se deve a políticas como o aumento do salário mínimo e a programas como o Bolsa Família que garantiram renda para a população em situação de pobreza que, por condições históricas de desigualdade, não conseguia ter uma renda suficiente para manter sua família com dignidade”, afirmou em entrevista à TV NBR.

A ministra destacou ainda a vertente do Bolsa Família de garantia do acesso à educação a milhares de crianças pobres do País. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, atualmente 17 milhões de crianças de 6 a 17 anos, beneficiadas pelo programa, podem estar hoje na escola.

Um exemplo da importância dessa garantia é a história de vida da hoje universitária Ethiene Wenceslau, de 22 anos. Moradora do Complexo da Penha no Rio de Janeiro, a mãe da estudante pôde garantir a permanência dos três filhos na escola graças ao apoio que recebeu do Bolsa Família durante todo o período escolar dos filhos. Hoje, Ethiene cursa o último ano do curso de Direito na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

“A minha infância toda eu fiz tentando dar o meu melhor. Sempre fui uma das melhores alunas da sala. Eu sempre me esforcei bastante, sempre fui muito esforçada. E se, antes, a gente não tinha um certo conforto, até mesmo uma alimentação mais básica, o Bolsa Família fez essa diferença, e a gente passou a ter – o que ajudou muito, até porque saco vazio não para em pé. E a questão mesmo de material escolar, tudo que a gente precisava na escola era aquela renda extra que dava conta”, acrescentou a estudante também em entrevista à NBR.

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