Estarrecedor! Dois episódios unem as investigações conduzidas pela Operação Lava Jato ao PT da Bahia. O primeiro episódio envolve o ex-secretário estadual do planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras José Sérgio Garielli. Conforme decisão judicial, foi determinado a quebra de sigilo bancário e fiscal, e o bloqueio dos bens de Gabielli, por indícios de envolvimento em atos de corrupção.
O segundo episódio envolve o ex-governador da Bahia e atual Ministro da Defesa, Jaques Wagner. Que foi citado como testemunha de defesa de um dos presos na Operação Lava Jato.
Gabielli e Wagner são expoentes nacionais do petismo. Na Bahia, ambos desempenharam destacado papel no poder estadual, sendo Gabrielli nomeado secretário durante o segundo governo Wagner. Os elementos que unem os personagens e fatos são as investigações da Operação Lava Jato. Considerado maior caso de corrupção do planeta.
O elo
Em comum, além do poder que ambos compartilharam, Gabrielli e Wagner, está a relação com o empresário Ricardo Pessôa, presidente da UTC. Pessôa está preso, custodiado na Polícia Federal, por indícios de envolvimento em atos de corrupção identificados pela Operação Lava Jato. Conforme reportagem da revista Veja, com título ‘Sócio da UTC indica ministro de Dilma como testemunha’, publicada hoje (29/01/2015), o empresário arrolou como testemunha o ministro Jaques Wagner.
A propina
Em outra reportagem, o também preso e réu confesso Alberto Yousseff, revelou que o esquema de corrupção tinha comando político. Segundo Antônio Basto, advogado do doleiro Alberto Yousseff, o doleiro não atuou isoladamente, e não tinha poderes para favorecer ninguém dentro da Petrobras. “Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório. Podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos”.
Antônio Basto também informou que os acordos entre agentes políticos e as empreiteiras não tinham participação de Youssef, que atuava na fase final, na distribuição da propina. Segundo a defesa, o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para financiar campanhas políticas “no Legislativo e Executivo”.
Falta esclarecer
Em comum, nestes episódios, estão os seguintes elementos:
José Sérgio Garielli, atuou como presidente da Petrobras; e foi responsável pela gestão da empresa contratante;
Ricardo Pessôa, presidente da UTC; contratado pela Petrobras;
Alberto Yousseff, doleiro responsável por distribuir propinas, dentre as pessoas que lhe passavam as propinas estava Ricardo Pessôa, afirma o próprio Youssef; e
Jaques Wagner, governador da Bahia, na época em que ocorreram os atos de corrupção na Petrobras.
A trama
Para cada personagem da trama existe um enredo. Mas, qual seria o enredo cabível para o ex-governador Jaques Wagner? Por que um preso da Operação Lava Jato indica o ex-governador como testemunha? Quais implicações podem existir com relação ao governo do sucessor, o petista Rui Costa?
Talvez o secretário de comunicação da Bahia, André Curvello, expert em assessoria de empresas, possa utilizar o conhecimento acumulado ao longo dos anos, e explicar de que maneira os elementos estão uníssonos, ou, apenas são situações conjugadas em coincidência temporal. A experiência de Curvello pode ser fundamental, observando que os indícios envolvem empresas pública e privada, políticos, governos e muita corrupção.
Mais políticos
Além de Wagner, Pessôa arrolou como testemunha o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, o candidato à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT), e os deputados Paulinho da Força (SD), Jutahy Júnior (PSDB), Arnaldo Jardim (PPS) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM).
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