IPHAN entrega restauração de azulejos da Matriz de Cachoeira

Foram investidos na recuperação dos azulejos portugueses R$1,3 milhão.
Foram investidos na recuperação dos azulejos portugueses R$1,3 milhão.
Foram investidos na recuperação dos azulejos portugueses R$1,3 milhão.
Foram investidos na recuperação dos azulejos portugueses R$1,3 milhão.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entrega na próxima sexta-feira, 27 de julho de 2012, às 11h, a restauração dos painéis de azulejos da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Uma missa solene, celebrada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Gregório Paixão vai devolver o templo à comunidade, com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda e pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida.

Foram investidos na recuperação dos azulejos portugueses R$1,3 milhão. A obra é um dos mais expressivos conjuntos do período rococó no Brasil. Pesquisas indicam que eles vieram das melhores fábricas existentes na época em Portugual. As imagens nos azulejos persuadiam os observadores e indicavam como os fiéis deveriam se comportar perante a Igreja e a Coroa Portuguesa. O IPHAN foi responsável pela elaboração dos projetos e pela contratação dos serviços de restauração.

Os azulejos que revestem as paredes da nave, a uma altura aproximada de cinco metros, apresentam grandes composições e estão integrados com a arquitetura, completando os diversos elementos arquitetônicos, como portas, arcos, púlpitos e coro. A restauração foi necessária em função do avançado estágio de degradação dos painéis, que sofriam com o elevado grau de salinidade das alvenarias. Participaram dos trabalhos de restauração equipes multidisciplinares que atenderam às demandas técnicas e artísticas.

A Igreja Matriz e os azulejos portugueses 

Tombada pelo IPHAN desde 1939, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário começou a ser construída no final do século XVI. Os trabalhos continuaram por longos anos já que a obra foi custeada pela população local e contou com o auxílio da coroa real. A Igreja é definida por planta retangular, com corredores superpostos por tribunas e sacristia transversal e possui o maior painel de azulejos portugueses fora de Portugal. São cerca de 13 mil peças, todas elas totalmente restauradas, concluindo um trabalho que teve início em 2003, a partir das ações do Programa Monumenta em Cachoeira.

Há mais de 30 anos o IPHAN realiza intervenções na Igreja Matriz, mas foi há cerca de dez anos que teve início a primeira etapa da grande obra de restauração do monumento, com a reforma da área física, incluindo a cobertura, esquadrias, parte elétrica e hidráulica, pisos e pinturas. A segunda etapa da obra restaurou os bens integrados do templo, recuperando altares, forro, tribunas e coros. Com a restauração dos azulejos, a comunidade tem de volta toda a beleza de um dos monumentos mais significativos do Recôncavo Baiano, ladeado por duas torres com terminações piramidais e que entre outras obras, possui a pintura do forro do tipo ilusionista italiano e teve como artista o pintor José Joaquim da Rocha, além de numerosas imagens, telas, alfaias e sacrário de prata.

A restauração dos azulejos merece atenção especial. As 13 mil unidades dos painéis com cerca de cinco metros de altura foram retirados uma a uma e passaram por um minucioso processo de dessanilização. O processo, o primeiro realizado pelo IPHAN na Bahia, foi necessário porque os especialistas concluíram que o sal presente na alvenaria da Igreja estava comprometendo o vidrado das peças. Foram desenvolvidas, então, técnicas especiais como a fabricação de uma central para produzir água pura. Em uma espécie de banheira, os azulejos, divididos em grupos de 250 peças, ficavam submerso por cerca de 40 dias, período em que a água era trocada e analisada para medir o teor do sal.

Paralelo a esse trabalho, foram realizados testes nas paredes, já que não seria aconselhável retornar com os azulejos diretamente para a alvenaria. Assim, foram colocadas placas impermeabilizantes que passaram por diversos testes de carga para garantir a instalação dos painéis exatamente como foram montados há mais de 300 anos.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10723 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.

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