Dilma Rousseff: encontros com líderes dos partidos, ampliação de vagas nas universidades federais e debate com trabalhadores rurais

Jornal Grande Bahia, compromisso em informar.
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Dilma está disposta a ter encontros rotineiros com líderes da base, diz porta-voz

A presidenta Dilma Rousseff avaliou hoje (22) como “muito positivos” os encontros que teve com os líderes da base aliada, durante a última semana, e disse estar disposta a fazer essas reuniões “rotineiramente”. Ao logo da semana passada, Dilma esteve com os líderes do PT, PMDB, maiores siglas que compõem a sustentação do governo no Congresso, além de PSB, PCdoB e PDT.

Dilma fez a análise durante a reunião de coordenação, no Palácio do Planalto. Segundo relato do encontro, feito pelo porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, Dilma pediu aos ministros empenho na condução dos principais projetos do Executivo, entre eles o Brasil sem Miséria, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Super Simples e no Programa de Expansão da Rede Federal de Ensino, anunciado na semana passada.

Participaram do encontro, que ocorre semanalmente, o vice-presidente, Michel Temer, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Justiça, José Eduardo Cardoso, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de Minas e Energia, Edison Lobão, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Também estiveram presentes os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), que deixará a liderança do governo no Congresso para assumir o Ministério da Agricultura, amanhã (23). A cerimônia de posse está marcada para as 11h.

Dilma: Brasil quer alcançar 1,2 milhão de matrículas em universidades federais até 2014

A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (22) que o governo tem como meta alcançar 1,2 milhão de matrículas em universidade federais até 2014. Na semana passada, foi anunciada a criação de quatro unidades em estados do Norte e do Nordeste. Com a expansão, a rede federal passa a contar com 63 universidades.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma avaliou o anúncio como um passo importante na terceira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação, formada por universidades federais e também por Institutos Federais de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia (Ifets).

“Estamos criando condições para formar engenheiros, médicos, agrônomos, professores, dentistas e técnicos das mais diversas especializações, em municípios dos mais diferentes tamanhos, em todas as regiões”, afirmou a presidenta.

Dilma lembrou que cidades com mais de 50 mil habitantes foram priorizadas na escolha dos locais para as universidades. Segundo ela, tratam-se de microrregiões onde não existiam unidades da rede federal, sobretudo no interior do país. Também foram considerados municípios com elevado percentual de pobreza e com mais de 80 mil habitantes, mas onde as prefeituras têm dificuldade de investir em educação.

“Antes, para realizar o sonho de ter uma profissão, o jovem tinha que sair de casa, viajar para estudar na capital ou nos grandes centros urbanos. Agora, o ensino universitário, o ensino tecnológico está indo onde o cidadão mora ou nas suas vizinhanças”, explicou.

Para a presidenta, um salto na educação brasileira pode contribuir para o enfrentamento da crise econômica que atinge países como os Estados Unidos e os da União Europeia.

“Temos que ter consciência de que estamos vivendo uma situação mundial de muitas turbulências lá fora. Estamos preparados para atravessar esse momento de instabilidade econômica mundial, mas não podemos descuidar. Temos que enfrentar os desafios de hoje sem tirar os olhos do amanhã.”

Trabalhadores rurais acampam em Brasília e tentam reunião com Dilma para tratar de reforma agrária

Lideranças de trabalhadores rurais vão acampar em Brasília, onde querem reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff para tratar de questões como o assentamento de famílias, reforma agrária e política de crédito. Os trabalhadores fazem parte do Acampamento Nacional, organizado pela Via Campesina e por movimentos rurais que integram a organização como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Cerca de 4 mil famílias de trabalhadores rurais chegam hoje (22) à capital e ficarão acampadas no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson por tempo indeterminado.

O coordenador do MST, Valdir Misnerovicz, disse que os movimentos estão esperando a confirmação da audiência. “Temos tido boas reuniões com o governo. A questão é que o diálogo não tem sido traduzido em ação. Essa é nossa insatisfação, essa é nossa indignação. O governo precisa transformar o diálogo em ação concreta para resolver”, disse.

Segundo Misnerovicz, os trabalhadores defendem mais recursos para a reforma agrária e que o dinheiro liberado para obtenção de terras destinadas a assentamentos já foi todo usado. “Este ano foram destinados mais de R$ 500 milhões para obtenção de terras e já foram empenhados. Reconhecemos que isso é importante, mas esses recursos representam 10% da nossa demanda. Esse valor resolve o problema de 10% das famílias acampadas”.

Misnerovicz informou que seriam necessários R$ 1,5 bilhão para assentar as famílias acampadas. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 180 mil famílias estão acampadas pelo país e precisam ser atendidas emergencialmente.

Já o líder do MST alega que, em oito meses de governo, não houve nenhuma desapropriação de terra e havia, até recentemente, mais de 100 processos de assentamento na Casa Civil da Presidência da República que foram devolvidos para o Incra.

Outro problema apontado por Misnerovicz foi a questão das dívidas de agricultores familiares. Ele informou que há R$ 12 bilhões em dívidas que precisam ser negociados emergencialmente para que os agricultores não fiquem impedidos de fazer novos financiamentos. “O governo disponibilizou R$ 16 milhões para a agricultura familiar, mas há uma parte desses agricultores que tem dívidas e, se isso não for resolvido, eles ficarão sem acesso a esse dinheiro. Tem o recurso, mas ele não pode ser acessado.”

A coordenadora da Via Campesina, Rosângela Piovezani, disse que os movimentos rurais também vão pedir a presidenta que seja mantido o atual Código Florestal. “Flexibilizar [áreas de proteção permanente] APP e área de reserva legal é um atentado à natureza e a nosso planeta. Para produzir comida, os camponeses não precisam de redução de APP e nem de reserva legal”, disse.

De acordo com ela, os movimentos de trabalhadores rurais vão pedir o cancelamento das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e de outros projetos de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, na opinião deles, não vão trazer benefícios à população. “Belo Monte vai atingir uma grande região e vai tirar não só os animais, mas povos ribeirinhos, povos indígenas e quilombolas. É uma área muito grande que vai ser atingida e não vai trazer benefícios para a população”.

Amanhã (23), os trabalhadores farão uma vigília em frente ao Congresso Nacional, a partir das 19h, para pressionar os parlamentares e o governo quanto às suas reivindicações. Também está programado para o mesmo dia o lançamento do filme O veneno está na mesa, do cineasta Silvio Tendler, que será exibido no acampamento dos trabalhadores em Brasília.

Os trabalhadores rurais programaram para quarta-feira (24) uma manifestação na Esplanada dos Ministérios.

*Com informações: Agência Brasil

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