Mulher de Bin Laden conta que ele estava vivo até ela ficar inconsciente por causa do tiro que levou

Uma das três mulheres do líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, informou aos investigadores que o marido estava vivo até ela ficar inconsciente, durante o ataque à casa onde estavam, em Abbottabad, no Paquistão. As informações são atribuídas a militares do Exército paquistanês.

A mulher, que nasceu no Iêmen, disse ainda que há cinco anos ela e o marido não deixavam o quarto da mansão onde viviam no Paquistão. As três mulheres do líder da Al Qaeda e os seus 13 filhos estão sob custódia das autoridades paquistanesas.

A mulher iemenita de Bin Laden foi atingida com um tiro na perna durante a operação que levou à morte do líder. Foi uma filha dele que confirmou às autoridades paquistanesas que o pai foi morto na sua frente.

As autoridades do país confirmaram que há informações secretas, mantidas sob sigilo absoluto, envolvendo Bin Laden. Segundo os oficiais, os dados não foram transmitidos ao governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Morte de Bin Laden pode criar um mito e acirrar o impasse em torno do combate ao terrorismo, afirmam especialistas

A morte do líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, pode transformá-lo em mito, gerar uma disputa pelo comando da liderança deixada por ele e, sobretudo, acirrar o impasse envolvendo o combate ao terrorismo no mundo, afirmam especialistas. Para eles, há espaço também para o Brasil se posicionar neste debate internacional em defesa do antiterrorismo e da busca por acordos pacíficos e sem uso de ações que contrariem os direitos humanos, como a tortura.

A análise é de especialistas em relações internacionais ouvidos hoje (06/05/2011) pelo programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Participaram do programa os professores Nilton César Flores, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Carlos Eduardo Vidigal, da Universidade de Brasília (UnB), além do especialista em relações internacionais, José Luiz Niemeyer.

Bin Laden foi morto no último domingo (1º/05) por militares das forças especiais norte-americanas, em uma mansão onde vivia com a família, a 100 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. O corpo do líder foi lançado ao mar, mas as autoridades dos Estados Unidos asseguram que exames de DNA confirmam a identidade do fundador da Al Qaeda. Desde então há manifestações favoráveis e contrárias à operação conduzida pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

Niemeyer destacou que o momento é de os países se posicionarem sobre o combate ao terrorismo. No caso do Brasil, é a oportunidade de se integrar no debate internacional. “O Brasil tem que observar essa situação e buscar brechas para defender sua agenda, que é, talvez, diferente da agenda norte-americana ou internacional”, disse.

Na política externa, o governo brasileiro costuma reiterar sua defesa pela consolidação dos direitos humanos e dos instrumentos democráticos. Para Niemeyer, a inserção do Brasil no debate sobre o terrorismo pode gerar avanços nos campos “comerciais, técnicos e econômicos”. “Talvez uma diferença [neste momento] seja que o governo Dilma tenha uma agenda um pouco menos ideológica, mas isso também não se pode concluir, está muito no inicio do governo.”

Para o professor da UnB, a tendência atual é a de construir um mito em torno de Bin Laden. “É difícil imaginarmos se o resultado seria negativo ou positivo, mas é provável que nós tenhamos a construção de um mito em torno de Bin Laden que terá ecos para as próximas décadas”, afirmou Vidigal.

O professor da UFF alertou que associada à imagem de mito de Bin Laden é necessário discutir a operação que levou à morte dele, envolvendo tortura e execução de um homem que estava desarmado.

“Eu poderia dizer também sobre como foram obtidas as provas para identificar o Osama, foram provas obtidas mediante tortura, é outro aspecto que gera polêmica, e a forma de execução. São muitas questões jurídicas sobre esse caso. Mas uma coisa é discutir isso em sala de aula, e a outra coisa é ser um fato real”, afirmou Flores.

Segundo ele, é importante que a comunidade internacional compreenda e trate o terrorismo como um “problema mundial”. “No final todos querem combater o terrorismo”, disse. “A força do Estado acaba prevalecendo para tentar legitimar essas ações.”

Niemeyer acrescentou ainda que um dos primeiros efeitos da morte de Bin Laden já observados foi no cenário da política interna dos Estados Unidos. O especialista lembrou que o momento no país é delicado por causa da crise econômica e do agravamento do desemprego.

“A morte de Osama traz uma esperança ao povo norte-americano, mas a médio e longo prazo vai esquecer dentro das contradições internas que existem dentro dos Estados Unidos, principalmente nas ações de geração de emprego e renda, além da crise econômica”, disse. “A recuperação da economia norte-americana não está ocorrendo, a geração de emprego em alguns lugares está muito lenta, então não acho que seja um elemento que garanta a reeleição de Obama.”

O professor da UFF ressaltou que ainda há um longo processo a percorrer até o dia da eleição presidencial norte-americana, em novembro de 2012. “Não tem como avaliar agora dizer que esse fato vai perdurar até o dia da eleição porque eleição só se ganha no dia que sai o resultado. Agora, o fato de a comunidade internacional condenar o ato tem de ser visto sob outro ponto, porque o nosso pensamento não é o pensamento dos norte-americanos.”

ONU cobra explicações dos Estados Unidos sobre morte de Bin Laden

O investigador independente para as Execuções Extrajudiciais da Organização das Nações Unidas (ONU), Christof Heyns, cobrou hoje (06/05) do governo dos Estados Unidos a divulgação de detalhes sobre a operação que levou à morte do líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Segundo ele, o peritos devem avaliar a legalidade da operação.

Em comunicado divulgado hoje, Heyns apelou ao presidente norte-americano, Barack Obama. “[O governo norte-americano] deve revelar os fatos para permitir uma avaliação em termos dos princípios legais internacionais de direitos humanos”, disse ele. “É especialmente importante saber se o planejamento da missão permitia um esforço para capturar Bin Laden”.

A cobrança de Heyns vai ao encontro da posição de outros representantes da ONU, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de organizações de direitos humanos. O governo dos Estados Unidos afirma que o ataque foi planejado de acordo com as leis norte-americana e internacional.

Bin Laden foi morto no último domingo (1º/05) em uma mansão localizada a 100 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. Foi uma ação das forças especiais norte-americanas. Ele estava desarmado e foi atingido com tiros no peito e na cabeça. O corpo do líder foi lançado ao mar, seguindo os preceitos da religião muçulmana, segundo as autoridades norte-americanas.

Nova versão sobre morte de Bin Laden volta a contradizer Casa Branca

Uma nova informação divulgada hoje (06/05) pela imprensa norte-americana voltou a contradizer relatos anteriores da Casa Branca sobre a operação que levou à morte do líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden – no último domingo (1º/05). A imprensa informou que autoridades federais afirmaram que, diferentemente dos dados anteriores, apenas uma pessoa – o mensageiro de Bin Laden – atirou contra as forças especiais que invadiram o esconderijo do líder.

De acordo com as autoridades, o mensageiro estava em um andar diferente da mansão onde Bin Laden vivia escondido – na cidade de Abbottabad – e foi morto pelas forças americanas no início da operação. Essas novas informações representam mais mudanças no relato sobre como transcorreram os cerca de 40 minutos da operação.

Desde a noite do dia 1º, quando o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou a morte do líder da Al Qaeda em cadeia nacional, membros da Casa Branca já mudaram repetidas vezes sua versão sobre a operação.

Na última segunda-feira (02/05), o principal assessor do governo para assuntos de segurança nacional e contraterrorismo, John Brennan, disse que Bin Laden foi morto com um tiro na cabeça ao resistir à captura.

“Se nós tivéssemos a oportunidade de pegar Bin Laden vivo, se ele não apresentasse qualquer ameaça, os indivíduos envolvidos [na operação] estavam aptos e preparados para fazer isso”, afirmou Brennan.

De acordo com Brennan, o líder da Al Qaeda resistiu e houve troca de tiros com as forças americanas que invadiram seu esconderijo. Ele afirmou ainda que Bin Laden tentou usar uma de suas esposas como escudo, e a mulher acabou morta na ação. No dia seguinte, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, mudou o relato e disse que Bin Laden não estava armado.

Segundo Carney, mesmo desarmado, Bin Laden resistiu à captura, e várias pessoas presentes no local estavam armadas, com “intensa” troca de tiros. O porta-voz afirmou ainda que uma das esposas de Bin Laden confrontou as forças americanas e foi alvejada na perna, mas não morreu, contrariando a versão de Brennan.

As versões contraditórias vêm aumentando as críticas e dúvidas sobre a legalidade da operação que levou à morte de Bin Laden, acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3 mil pessoas em Nova York e Washington.

Obama homenageia vítimas do 11 de setembro em Nova York

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou hoje (05/05) o Marco Zero,
em Nova York – local onde houve os ataques contra as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. A visita ocorreu quatro dias depois de Obama ter anunciado que forças norte-americanas mataram o líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden.

Obama participou de uma cerimônia em homenagem às vítimas dos atentados praticados pela Al Qaeda. O presidente colocou uma coroa de flores no memorial que está sendo construído no local. Obama evitou discursar, segundo assessores para evitar a interpretação de politização do fato.

No entanto, o presidente conversou com parentes das vítimas que morreram durante os ataques, incluindo bombeiros e policiais envolvidos nas operações de ajuda. Cerca de 3 mil pessoas morreram nos atentados de 11 de setembro, em Nova York, e também em Washington, onde o Pentágono foi atingido.

Depois do anúncio da morte de Bin Laden, no fim da noite de domingo (1º/05), milhares de pessoas tomaram as ruas nas duas cidades para comemorar a morte de Bin Laden.

Acompanhado de Rudolph Giuliani, que era prefeito de Nova York na época dos atentados, Obama disse que a morte de Bin Laden mostra que os Estados Unidos mantiveram a palavra de levar os culpados pelos atentados à Justiça.

“O que aconteceu no domingo, por causa da coragem dos nossos militares e do destacado trabalho da nossa [equipe de] inteligência, envia uma mensagem ao mundo, mas também aqui em casa, de que quando dizemos que jamais iremos esquecer, nós mantemos nossa palavra”, afirmou o presidente.

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