Pesquisa sugere que quase metade dos entrevistados citam a instabilidade política, falta de moradia e educação como impedimentos para o retorno permanente.
Um estudo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, revela que cerca da metade dos iraquianos abrigados na Síria estão hesitantes sobre um retorno permanente à casa.
A pesquisa ouviu entre julho e agosto mais de 2 mil pessoas de 500 famílias. Todos vivem na região de Al Waheed, perto da fronteira entre Síria e Iraque.
Educação
A instabilidade política, insegurança, falta de moradia e de serviços de educação foram algumas das causas citadas pelos refugiados iraquianos para prolongar o retorno.
O encarregado de informação do Acnur, William Spindler, disse à Rádio ONU, de Paris, que a agência não incentiva a volta involuntária.
“Do ponto de vista do Acnur, as condições de segurança não são adequadas no Iraque. Mas, em todo o caso, estamos prontos a ajudar os refugiados que queiram voltar de uma maneira voluntária. Estamos coordenado com autoridades iraquianas para facilitar este retorno. Ainda não há condições para viver normalmente: escolas, eletricidade, água potável, acesso a hospitais tudo isso”, afirmou.
Documentos
Muitos iraquianos entrevistados para a pesquisa do Acnur contaram ter voltado à casa apenas em viagens curtas para tratar de documentos, visitar parentes ou checar o estado de suas propriedades.
O Acnur realizou a mesma pesquisa na fronteira da Jordânia com o Iraque com mais de 350 famílias. Nesse caso, ninguém queria retornar citando razões similares.
A Síria tem no momento mais de 290 mil refugiados cadastrados no escritório do Acnur. O país abriga mais de 1 milhão de iraquianos que cruzaram a fronteira para fugir da guerra de 2003.
*Com informações da Rádio ONU em Nova York
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