Governo Wagner implanta Centro de Educação Científica do Semiárido; Terceira escola de educação científica do país funciona em Serrinha

Fachada do Centro de Educação Científica do Semiárido em Serrinha.
Fachada do Centro de Educação Científica do Semiárido em Serrinha.
Fachada do Centro de Educação Científica do Semiárido em Serrinha.
Fachada do Centro de Educação Científica do Semiárido em Serrinha.

Imagine um estudante do ensino fundamental do semiárido baiano – uma das regiões mais carentes do estado – produzindo robôs, desenhos animados e até curtas-metragens de animação. Esta realidade digna dos estúdios cinematográficos modernos começa a se concretizar na Bahia, com a implantação, em Serrinha, na próxima segunda-feira (21/06/2010), do Centro de Educação Científica do Semiárido – nos moldes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). Na ocasião, o médico paulista Miguel Nicolelis, um dos mais renomados cientistas da atualidade, no mundo, ministrará a aula inaugural. Nicolelis é coordenador do laboratório de neurociências da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e diretor do IINN-ELS.

Implantado com o apoio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), com recursos do Programa Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (Inovatec) e outras fontes, a Escola de Ciências de Serrinha, como já está conhecida, está sintonizada com a meta de interiorizar as ações de Ciência e Tecnologia, dando acesso a baianos à oportunidade de se tornarem pesquisadores. O valor do repasse do Governo do Estado é de R$ 5 milhões, para a implantação e operacionalização dos primeiros 18 meses da unidade.

Agenda

O que: aula inaugural do Centro de Educação Científica do Semiárido

Quando: 21 de junho de 2010

Onde: Serrinha/Bahia

Como funciona o Centro de Educação Científica de Serrinha

O Centro recebe os alunos no turno oposto ao que eles frequentam as aulas nas escolas municipais e estaduais, a partir da 5ª série. O prédio do Colégio Estadual André Negreiros, cedido pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, através da Direc 12, foi totalmente reformado e modernizado, onde laboratórios permitem que os meninos e meninas mostrem o talento para uma área que, por muito tempo, foi de acesso exclusivo das elites. Os professores da rede pública local também serão beneficiados com a mesma qualificação continuada oferecida aos docentes do Centro, uma vez por mês.

Foram 1.600 candidatos para as 400 primeiras vagas do Centro de Educação Científica de Serrinha. Criada nos moldes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), no Rio Grande do Norte, a estrutura já recebe os alunos, que vão passar dois anos participando de oficinas práticas em diversas áreas da ciência.

A próxima seleção acontece em dois anos, depois que os primeiros alunos tiverem concluído as oficinas de Ciência e Tecnologia, Ciência e Meio Ambiente, Ciência e Robótica, e Ciência e Arte. Até lá, outras cidades do Território Portal do Sertão devem ser incluídas, já que é preciso definir a logística de transporte. Para esta fase, os estudantes de Serrinha terão transporte garantido pela prefeitura municipal, parceira do projeto.

Oficinas

Ciência e Tecnologia – A oficina de Ciência e Tecnologia trabalha com conteúdos da Física, da Matemática, da Geometria, entre outros. Todos os conteúdos trabalhados resultam em “engenhocas” produzidas pelos alunos.

Ciência e Ambiente – Esta oficina desenvolve propostas de conteúdos vinculados à bioquímica, à matemática e às ciências ambientais trabalhando o meio ambiente e seus elementos naturais, o homem como ambiente e transformador deste, a biodiversidade, entre outros.

Ciência e Robótica – A Oficina de Ciência e Robótica trabalha, em especial, com conteúdos da Mecânica e da Eletrônica, com materiais de sucata e kits de montagem de motores e sensores controláveis por computador, desenvolvendo como produtos de trabalho “engenhocas robóticas”.

Ciência e Arte – A oficina de Ciência e Arte trabalha os conteúdos vinculados à produção artística local, à história local, à química e mistura dos materiais, à edição de histórias em quadrinho e desenhos de animação, entre outras propostas.

Todas as oficinas atuam nos campos:

da mídia do rádio, TV, dos periódicos e da Internet;

das tecnologias analógicas e digitais;

das técnicas de fotografia e de edição de som e de vídeos;

da identidade sócio-histórico-cultural;

da ética e da cidadania;

das ciências relacionadas à vida humana, ao ambiente e aos espaços de vida, ao estudo das comunidades, ao estudo da composição dos objetos e materiais;

da leitura, da escrita, da matemática, e da geometria.

A Escola de Serrinha terá ainda um Centro de Formação Continuada para o intercâmbio de conhecimentos entre os professores da instituição e os docentes da rede pública de ensino, além de um laboratório de informática com 26 computadores.

O que mobiliza a proposta de trabalho desenvolvido no Centro de Educação Científica da AASDAP é a crença no trabalho conjunto entre escola, poder público e sociedade civil na busca pelo enriquecimento e qualificação da educação básica de crianças e jovens das escolas públicas.

Envolver os alunos em processos de ensino, de tal forma que a aprendizagem seja incorporada como necessidade vitalícia por cada um e todos que integram esses processos é o foco principal da proposta.

A conquista de um maior índice de permanência dos alunos e da sua participação ativa nas aulas, além do aumento considerável da presença de professores parceiros a cada reunião de formação já se constituem em retornos positivos.

Uma nova unidade será inaugurada este ano no Rio Grande do Norte, totalizando 1.900 alunos cursando as oficinas no Nordeste.

Parceria entre Governo e Assdap

A unidade é gerida pela Associação Alberto Santos Dumont de Apoio à Pesquisa (ASSDAP). O valor repassado pela SECTI ao projeto é de R$ 5 milhões, que garantiu o recurso integral para a implantação e para a operacionalização pelo prazo de 18 meses. Depois, a unidade será autossustentável. O Centro de Educação Científica do Semiárido contará também com o Instituto de Biotecnologia e Bioprospecção, em Feira de Santana, para dar suporte aos pesquisadores. O Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) mantém, há três anos, uma escola em Natal e outra em Macaíba, no Rio Grande do Norte. Todos os programas de pesquisa desenvolvidos no IINN-ELS estão vinculados em iniciativas sociais e educacionais que visam a assistir à população das cidades de Natal, Macaíba e circunvizinhanças. Esses programas concentram-se principalmente no desenvolvimento e na educação da criança, e na atenção primária a saúde da mulher.

Sobre a Aasdap

A Associação Alberto Santos Dumont para Apóio à Pesquisa (Aasdap) é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo a implantação de projetos sociais e de pesquisas científicas. A função desses projetos é a de colocar em prática a filosofia de que, a ciência pode, em países em desenvolvimento como o Brasil, servir como um poderoso agente de transformação social e econômica de comunidades localizadas em regiões carentes do território nacional. Atualmente, estão em funcionamento:

três Centros de Pesquisa: São Paulo/SP, Natal e Macaíba/RN

três unidades do Centro de Educação Científica: Natal e Macaíba no Rio Grande do Norte e Serrinha na Bahia.

Centro de Saúde em Macaíba/RN.

Miguel Nicolelis – neurocientista brasileiro reconhecido pelo mundo

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O Jornal Grande Bahia (JGB) é um site de notícias com publicações que abrangem as Regiões Metropolitanas de Feira de Santana e Salvador, dirigido e editado pelo jornalista e cientista social Carlos Augusto.

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